O Deutsche Bank recusou um empréstimo a Donald Trump no início de 2016 por considerar que a operação seria demasiado arriscada, noticiou no passado sábado o The New York Times (NYT), citando fontes próximas do negócio.

O empréstimo em causa, diz o jornal, destinava-se ao financiamento de um resort de golfe em Turnberry, na Escócia. O Deutsche Bank já havia financiado por diversas vezes o empresário norte-americano no passado.

De acordo com o NYT, o pedido de empréstimo de Trump gerou um conflito interno no banco alemão. No final, os principais executivos do Deutsche Bank, incluindo o atual CEO, Christian Sewing, então membro do conselho de administração, rejeitaram conceder o crédito por considerarem que existia demasiado risco.

Entre as preocupações da administração do banco estava a candidatura de Trump à presidência dos Estados Unidos. Caso Trump vencesse, como viria a suceder, e entrasse em incumprimento o Deutsche Bank teria de escolher entre perdoar a dívida ou apreender os ativos do presidente dos EUA.

O jornal refere, citando duas pessoas próximas da operação, que a empresa de Trump pretendia apresentar como colateral um resort em Miami.

No entanto, Amanda Miller, porta-voz da empresa de Trump, negou que tenha sido necessário financiamento externo para o projeto de Turnberry.

Segundo o NYT, desde 1998, o Deutsche Bank emprestou ou participou em créditos a Trump e às suas empresas num total de mais de 2,5 mil milhões de dólares (2.182 milhões de euros ao câmbio atual).