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Novo Banco admite mais saídas voluntárias de trabalhadores

António Ramalho admite avançar com novo processo de rescisões amigáveis para tornar Novo Banco mais eficiente. Metas acordadas com Bruxelas serão cumpridas sem "nenhum esforço adicional".

Miguel Baltazar/Negócios
19 de Outubro de 2016 às 20:45
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O Novo Banco poderá avançar com um novo programa de rescisões voluntárias de contratos de trabalho para tornar a instituição mais eficiente, admitiu António Ramalho na comissão parlamentar de trabalho. Afastada está a necessidade de ser concretizado um novo esforço de saídas de trabalhadores devido aos compromissos assumidos perante Bruxelas.

cotacao Está definitivamente executado o plano para 2016. Estamos
a contar com a
venda de activos
não ‘core’ para o esforço de redução de pessoal. 
António Ramalho Presidente do Novo Banco
"Não há nenhuma pressão neste momento para uma redução adicional de pessoas até ao final do ano. Até porque a actividade normal, com saídas naturais, vai levar à redução adicional de 40 a 50 pessoas até ao final do ano", garantiu o banqueiro perante os deputados. "Mesmo para o objectivo das 1.500 pessoas [que terá de ser cumprido se o banco não for vendido até ao final deste ano] tal não representaria nenhum esforço adicional e decorreria do funcionamento normal da instituição", sublinhou.

Ainda assim, por uma questão de eficiência e de ajustamento decorrente das alterações ao negócio bancário, Ramalho admite avançar com novo "programa voluntário" de rescisões. Isto depois de a instituição ter cortado em 1.034 colaboradores o seu quadro de pessoal, para executar os compromissos assumidos perante Bruxelas para este ano.

O banqueiro confirmou ainda que, a manterem-se as ajudas de Estado ao Novo Banco no próximo ano, a instituição terá de eliminar mais 500 postos de trabalho até ao final do primeiro semestre de 2017. No entanto, esta meta por sim só não exigirá qualquer actuação concreta da gestão. Isto porque há cerca de 220 colaboradores que vão sair com a venda de operações no exterior, como o NB Ásia ou o BES Vénétie e mais 40 a 50 que sairão de forma natural até ao final deste ano.

"Não há risco de tensão social no Novo Banco devido aos compromissos europeus" assumidos pelo Governo junto da Comissão Europeia, garantiu o banqueiro. É que mesmo que seja necessário cumprir esta meta, as saídas naturais assegurarão o caminho para esse objectivo, uma vez que o quadro de pessoal tem mais de 400 pessoas com mais de 66 anos de idade. Esta realidade levará à saída natural de cerca de 40 trabalhadores por mês num curto horizonte temporal.

A redução de quadros concretizada este ano foi a principal razão para a diminuição dos gastos operacionais do Novo Banco, que deverão recuar 20% até ao final deste ano, para 602,8 milhões, permitindo cumprir a exigência europeia de obter poupanças anuais de 150 milhões. Se a instituição não for vendida este ano, o esforço de poupanças terá de chegar a 230 milhões no final de Junho. Já a rede de balcões terá de ser reduzia a 475 balcões, contra as 550 agências que tem de ter no final deste ano.
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