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Novo Banco vendeu malparado ao melhor preço, diz auditoria da Deloitte
A Deloitte adianta, na auditoria ao Novo Banco, que as alienações de carteiras em 2019 "foram realizadas através de processos de venda organizados e concorrenciais".
A versão "rasurada" foi publicada esta sexta-feira, 9 de abril, no site do Parlamento.
Em causa estão os portefólios "Nata 2", "Sertorius" e "Albatroz", que a Deloitte diz terem sido vendidos ao "preço mais elevado".
A auditora refere ainda que "as propostas escolhidas para assinatura de contratos de compra e venda, suportadas no contributo dos assessores financeiros e jurídicos dos processos, foram aquelas que, de acordo com a informação disponibilizada pelo Novo Banco, apresentavam condições mais favoráveis, nomeadamente maior flexibilidade nas alterações das condições propostas nos CCV e um menor risco de execução e de indemnizações futuras decorrentes das representações e garantias concedidas".
Além disso, nota, "verifica-se que as alienações de carteiras ocorridas em 2019 foram realizadas através de processos de venda organizados e concorrenciais, com uma organização do processo em linha com as práticas usuais para este tipo de processos".
FdR rejeita venda da GNB Vida por 81 milhões
Nas conclusões, agora conhecidas, é ainda divulgado que o Fundo de Resolução, que detém 25% do Novo Banco, não aceitou vender a seguradora GNB Vida por 81 milhões de euros.
O Novo Banco e a Apax acabaram por chegar aos 123 milhões de euros. Mas a Deloitte diz desconhecer "o racional" por detrás do valor final.
"Tendo em consideração um preço de venda estimado de 81 milhões de euros para setembro de 2019, o banco negociou a definição de um preço final de venda de 123 milhões de euros (acrescido da componente variável de 125 milhões de euros)" para compra da GNB Vida, lê-se na auditoria.
O Fundo de Resolução disse, segundo a Deloitte, "que não consideraria aceitável que a conclusão da operação se fizesse pelo preço final estimado que resultaria da aplicação do mecanismo de ajustamento de preço" e "que, caso o preço não fosse revisto em alta, não autorizaria a operação".
"Não foi obtida documentação formal que explicite o racional e a base da fixação do valor final da operação", remata a Deloitte.
Sete desinvestimentos sem documentação completa
A Deloitte refere, por outro lado, que houve sete desinvestimentos de subsidiárias e associadas do banco que foram feitos sem documentação completa.
"As sete exceções identificadas para os atos de gestão de desinvestimento encontram-se exclusivamente relacionadas com falta de documentação completa para a tomada de decisão", pode ler-se no documento.
A amostra relativa a subsidiárias e associadas totalizou 15 milhões de euros na análise. Já as perdas totalizaram 12 milhões de euros em 2019.
(Notícia atualizada com mais informação.)