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Novo Banco quer divulgar auditoria desde que não afete sigilo bancário

António Ramalho garante que o Novo Banco "tem todo o gosto em ser escrutinado" e adianta que pretende divulgar a auditoria realizada pela Deloitte.

02 de Setembro de 2020 às 12:15
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O presidente do Novo Banco assegura que a própria instituição tem interesse em divulgar a auditoria realizada pela Deloitte aos atos de gestão levados a cabo entre 2000 e 2018. Isto desde que essa divulgação não viole as regras do sigilo bancário, nem prejudique a atividade de recuperação de créditos do banco.

"Desde que a auditoria não viole o sigilo bancário, o próprio banco está a trabalhar para que a auditoria seja distribuída, sem prejudicar a nossa atividade de recuperação de crédito", afirmou António Ramalho, em conferência de imprensa a decorrer esta quarta-feira, 2 de setembro. "O banco tem todo o gosto de ser escrutinado. Pedi sempre que fossem divulgados todos os relatórios e acordos existentes", acrescentou.

O presidente do Novo Banco alinha-se, assim, com aquela que já era a posição da Assembleia da República. Depois de ter recebido a auditoria realizada pela Deloitte, o presidente da comissão parlamentar de orçamento e finanças, o socialista Filipe Neto Brandão, afirmou que determinou aos serviços jurídicos do Parlamento que identifiquem as partes protegidas por sigilo bancário - ou outro elemento que justifique confidencialidade - para que o resto do relatório seja divulgado publicamente.

Na prática, a auditoria será divulgada sem que sejam dados a conhecer os grandes devedores do Novo Banco. A instituição defende esta solução, também, para que seja possível obter melhores resultados nas operações de recuperação de créditos.

A auditoria da Deloitte, realizada no âmbito da lei da transparência da banca, em vigor desde o ano passado, analisou os atos de gestão no Novo Banco entre 2000 e 2018, um período que abrange, sobretudo, a liderança de Ricardo Salgado, mas que chega também a Vítor Bento, Eduardo Stock da Cunha e António Ramalho.

A consultora analisou 201 operações de crédito, 26 operações relacionadas com subsidiárias e outras empresas associadas e 56 operações com outros ativos, como títulos e imóveis. E concluiu que a gestão destas operações levou a perdas de 4.042 milhões de euros no Novo Banco, com origem, sobretudo, no Banco Espírito Santo (BES).

Notícia atualizada pela última vez às 12h37 com mais informação.
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