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Novo Banco melhora perspetiva e estima lucro acima de 700 milhões em 2024

Revisão do “outlook” aponta para um produto bancário de 1.400 milhões de euros. IPO depende do cenário de antecipar o fim do acordo de capital contingente.

A instituição financeira liderada por Mark Bourke juntou-se à corrida pelas emissões de obrigações cobertas, tendo colocado 500 milhões de euros em títulos a três anos.
Miguel Baltazar
01 de Agosto de 2024 às 14:48
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O Novo Banco reviu em alta o "outlook" para 2024 e estima agora um lucro superior a 700 milhões de euros, pelo menos 50 milhões acima da perspetiva anterior que apontava para um resultado de 650 milhões.

Os números foram avançados pelo CEO Mark Bourke e pelo CFO Benjamin Dickgiesser numa apresentação a analistas. O "outlook" estima agora um produto bancário superior a 1.400 milhões de euros (a previsão anterior apontava para 1.300 milhões).

A revisão foi possível devido à evolução do negócio bancário: a base de clientes aumentou 7,4% para 1,6 milhões, o volume de negócios cresceu 1,6% para 57,6 mil milhões de euros. O banco, sobrecapitalizado, tem um rácio de capital CET 1 de 19,9%, com o rácio de rentabilidade (RoTE) a atingir 17,4%.

IPO continua à espera do fim do CCA

O CEO voltou defender o fim antecipado do acordo de capital contingente – que é uma pedra angular para o IPO da instituição, dado que impede a distribuição de dividendos, o que inibe potenciais compradores.

Mark Bourke repetiu que o banco está operacionalmente apto para a operação. "Se o processo for tão rápido quanto possível, podemos estar prontos no início de 2025. O Acordo de Capital Contingente termina no final desse ano. Pode ser acelerado num período de 12 meses", disse, considerando que essa opção seria benéfica "para todos".

O Fundo de Resolução também manifestou abertura para o fecho antecipado do acordo, que em circunstâncias normais será válido até ao final de 2025.


Provisões fazem lucro cair 0,8%


No primeiro semestre de 2024 o Novo Banco teve um lucro de 370 milhões de euros, um valor 0,8% abaixo do registado no mesmo período do ano passado.

A queda foi influenciada pelo registo de provisões no valor de 30 milhões de euros para o "processo de transformação enquadrado no programa estratégico de inovação e simplificação".

Este processo engloba, diz ao Negócios fonte oficial do banco, várias vertentes, incluindo um redesenho do modelo operacional. O plano, a implementar num horizonte de dois ou três anos, poderá implicar saídas por mútuo acordo numa lógica de rejuvenescimento das equipas – como o Novo Banco, à semelhança da generalidade do sistema financeiro, tem vindo a fazer nos últimos anos.

Ainda a beneficiar de um contexto de juros altos, a margem financeira subiu 13,5% atingindo 595 milhões de euros.

As comissões renderam 161 milhões de euros, mais 10,9% do que em junho de 2023.
O volume de depósitos aumentou 3,5% face ao final de 2023 para cerca de 29 mil milhões de euros.

A carteira de crédito evoluiu 1,1% na comparação com o valor de dezembro, alcançando 28,5 mil milhões de euros.

O crédito malparado desceu 8,7% no primeiro semestre para pouco mais de mil milhões de euros. O rácio líquido de NPL está nos 0,5%, menos do que os 0,7% verificados há seis meses. O rácio bruto situa-se em 4,1%.

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