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Novo Banco duplica prejuízos para 400 milhões no primeiro semestre

O Novo Banco aumentou os prejuízos no primeiro semestre, pressionado pelas perdas associadas às vendas das carteiras de ativos tóxicos, nomeadamente dos projetos Sertorius e Albatroz, em Espanha, e ao processo de venda da GNB Vida.

André Koster/Lusa
02 de Agosto de 2019 às 18:01
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O Novo Banco duplicou praticamente os prejuízos no primeiro semestre deste ano, pressionado pelas perdas associadas às vendas de carteiras de crédito malparado e imóveis. Nos primeiros seis meses, o banco liderado por António Ramalho registou um resultado negativo de 400,1 milhões de euros, o que compara com o prejuízo de 212,2 milhões de euros no mesmo período do ano passado. 

Os resultados semestrais do banco que resultou da resolução do Banco Espírito Santo (BES), no verão de 2014, foram divulgados esta sexta-feira, 2 de agosto, num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, naquilo que é uma combinação de perdas de mais de 500 milhões de euros no banco legado com um ganho de mais de 100 milhões na atividade recorrente.

 

"Neste semestre, o Grupo Novo Banco registou perdas relacionadas com o processo de restruturação e desalavancagem de ativos não produtivos, designadamente o projeto Sertorius (imóveis), o projeto Albatroz em Espanha e o processo de venda da GNB Vida, cujo impacto negativo ascendeu a 340 milhões de euros", revela o banco no comunicado. 


De acordo com as contas consolidadas do Novo Banco, as imparidades e provisões aumentaram para 514,9 milhões de euros, em comparação com 248,4 milhões registados nos primeiros seis meses de 2018.

"O montante afeto a provisões no valor de 514,9 milhões de euros inclui 166,7 milhões de euros para crédito, -4,7 milhões de euros para títulos e 353 milhões de euros para outros ativos e contingências, dos quais 35,1 milhões de euros respeitam a provisões para restruturação, 228,7 milhões de euros estão relacionadas com o projeto de venda de ativos não produtivos (Sertorius e Albatroz - Espanha) e 58 milhões de euros para a GNB Vida", explica o banco liderado por António Ramalho.

 

Tal como o Negócios avançou, a venda da carteira conhecida por Sertorius ficou fechada no mês passado. Em causa estavam pouco mais de 400 milhões de euros em imóveis, que passaram para as mãos do fundo Cerberus.

 

Estes esforços permitiram ao banco reduzir os créditos não produtivos em 471 milhões e os imóveis em 478 milhões nos primeiros seis meses, de acordo com os resultados divulgados esta sexta-feira.

 

Os números mostram ainda que o produto bancário recuou para 321,8 milhões no primeiro semestre, face a 264,9 milhões no período homólogo. Já o produto bancário comercial aumentou 9,1% para 414,8 milhões, "influenciado pelo crescimento na margem financeira", diz o banco. Esta aumentou 18,8% para 262,5 milhões de euros no período em análise.

 

Os resultados de operações financeiras passaram de uns negativos 6,3 milhões para o valor positivo de 10,2 milhões, "reflexo dos ganhos na venda e reavaliação de títulos de dívida pública, assim como das perdas decorrentes da atividade legacy", explica o Novo Banco.

 

Os custos desceram 0,4% para 243,1 milhões, o que reflete "melhorias concretizadas ao nível da simplificação dos processos e da otimização de estruturas com a consequente redução no número de balcões e de colaboradores, tendo os custos da atividade legacy apresentado também uma redução".

 

Quanto aos rácios de capital, o rácio CET1 situava-se nos 13,5% em junho, o que representa uma melhoria em comparação com o rácio no final do ano passado, de 12,8%.

Banco recorrente aumenta lucros para 113 milhões

O banco recorrente, que inclui apenas os ativos considerados estratégicos para o banco, conseguiu aumentar os lucros nos primeiros seis meses do ano.

 

"No primeiro semestre de 2019, o Novo Banco Recorrente registou um resultado positivo de 113,4 milhões de euros", mais 84,8 milhões do que no semestre homólogo, "reflexo do continuado enfoque no negócio doméstico e ibérico", refere o banco liderado por António Ramalho.

 

Um resultado que, segundo o Novo Banco, foi impulsionado tanto pelo aumento da margem financeira, que cresceu 25% para 236 milhões, mas também pelo crescimento dos resultados de operações financeiras (mais 43 milhões face ao período homólogo).

 

Já o banco legado, que inclui ativos para venda, como é o caso de carteiras de crédito malparado, aumentou os prejuízos. Passaram de 240,8 milhões para 513,5 milhões no primeiro semestre, "influenciado pelas perdas relacionadas com a venda de ativos no valor de 340 milhões de euros (processos de venda Sertorius, Albatroz e GNB Vida)". Foi em junho que Bruxelas deu o "ok" à venda da seguradora à Apax Partners, por 190 milhões de euros.

(Notícia atualizada às 18:12 com mais informação)
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