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Quais as novidades anunciadas pelo BCP?

Sabe quando é que o BCP pretende pagar a ajuda do Estado? E qual a rentabilidade que espera apresentar no final de 2018? A apresentação de resultados de 2015 trouxe várias novidades sobre o banco.

Bruno Simão
02 de Fevereiro de 2016 às 14:48
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A apresentação dos resultados anuais do BCP, protagonizada esta segunda-feira por Nuno Amado, trouxe várias novidades sobre o que vai acontecer ao banco no curto e médio prazo. Desde o calendário de reembolso da ajuda estatal às novas metas financeiras, perceba para onde vai o BCP.

 

Nova fatia de "CoCos" paga na Primavera


"Temos a intenção de reembolsar todo o valor em falta este ano". Foi com esta declaração que Nuno Amado reafirmou, esta segunda-feira, a pretensão do BCP de liquidar em 2016 os 750 milhões de ajuda pública de que ainda beneficia. Mas o pagamento deverá ser feito de forma faseada, revelou o banqueiro.

 

Assim que a fusão do Millennium Angola com o Atlântico estiver concretizada, operação que criará um dos maiores bancos angolanos, a gestão do BCP admite fazer um primeiro pagamento do apoio estatal. "Depois da concretização da fusão em Angola, prevista para o final do primeiro trimestre, vamos fazer uma primeira análise para um primeiro pagamento", anunciou Amado.

 

Assim, parte dos 750 milhões que o Estado investiu em instrumentos de capital contingente ("CoCos") emitidos pelo BCP, serão pagos na Primavera.


BCP admite pagar nova tranche de ajuda estatal em Abril
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BCP admite pagar nova tranche de ajuda estatal em Abril

Aposta na digitalização


À semelhança da aposta recentemente anunciada pelo grupo catalão CaixaBank, o BCP definiu a banca digital como uma das suas prioridades para o próximo triénio. Este é o principal desígnio do plano estratégico definido pela gestão para os próximos três anos, que pretende adaptar o banco "às mudanças do sector financeiro".

 

Nesta lógica, o BCP pretende reforçar a importância dos canais digitais na relação com os clientes e aumentar o peso das transacções feitas nestas plataformas. E foram mesmo estabelecidas metas concretas: até ao final de 2018, o banco quer ter mais de 35% dos clientes com acesso digital e mais de 50% das transacções totais realizadas através destes canais. Actualmente, estas percentagens são de 26% e 40%, respectivamente.

 

Encerramento de balcões


Mas a aposta na era digital não visa apenas evoluir em linha com a tendência de mercado. Nuno Amado não o assumiu directamente, mas deixou implícita que a estratégia de digitalização da relação bancária também pretende aumentar a eficiência do banco, através da redução de custos.

 

O aumento do peso dos canais digitais será feito em paralelo com o encerramento de mais de 100 balcões, o que implica uma redução de mais de 15% na rede de distribuição do BCP. O objectivo para o final de 2018 é ter menos de 570 agências, contra as actuais 671, número que Nuno Amado acredita que permitirá "manter o foco na relação pessoal" com os clientes.

 

Esta redução do número de sucursais deverá também libertar recursos humanos, pelo que é previsível que o BCP continue a ajustar o seu quadro de pessoal em Portugal. Só no último ano e meio, o banco dispensou quase 900 trabalhadores, tendo chegado ao final do ano passado com 7.459 funcionários, abaixo da meta acordada com Bruxelas, que apontava para um máximo de 7.500 colaboradores na actividade doméstica em 2017.

 

Novas metas financeiras


O plano estratégico do BCP para os próximos três anos, assente na digitalização da relação com o cliente e no aumento do negócio bancário, sobretudo junto dos clientes de maior rendimento, destina-se a aumentar a eficiência e a rentabilidade do banco. Nuno Amado e a sua equipa traçaram mesmo metas financeiras que esperam alcançar até ao final de 2018.

 

Em termos de rentabilidade dos capitais próprios (ROE), o objectivo é superar um ROE de 11%, o que implica duplicar o nível alcançado no final do ano passado (5,3%). No que diz respeito à eficiência, a meta definida implica reduzir o "cost-to-income" total dos 55,4% atingidos em 2015 para menos de 50% em 2018.

 

O plano é ambicioso relativamente à redução do custo do risco, ou seja, o peso das imparidades no crédito. No final de 2015, este indicador ficou em 1,5%, acima do objectivo definido para aquele período (1%). Nos próximos três anos, o BCP quer baixar esta rácio para 0,75%. A diminuição deverá vir, sobretudo, da redução do crédito em risco, que o BCP quer colocar abaixo dos 4,5 mil milhões de euros, menos 1,1 mil milhões do que no final do ano passado.


Amado espera que lucros tenham reflexos nas acções
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Amado espera que lucros tenham reflexos nas acções

Surpresas negativas


A última novidade sobre o BCP é quase senso comum: os resultados de 2015 mostram que há sempre surpresas negativas que podem penalizar o desempenho do banco, tal como aconteceu no último trimestre. Um ensinamento que justifica a cautela da gestão no que diz respeito ao calendário de reembolso da ajuda estatal, por exemplo.

 

Nos últimos meses do ano passado, as surpresas negativas vieram das imparidades extraordinárias resultantes da revisão do modelo de gestão de malparado e das dificuldades financeiras de clientes do BCP que eram accionistas do Banif.

 

Houve também más notícias na Polónia, onde o Bank Millennium teve de fazer uma contribuição extraordinária para o fundo de resolução polaco devido à intervenção num banco local.



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