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"Não tive nenhum perdão de capital nem de juros" do Novo Banco, diz Luís Filipe Vieira

A Promovalor, de Luís Filipe Vieira, é um dos grandes devedores do Novo Banco. O também presidente do Benfica garante que, ao contrário de outros empresários, não teve nenhum perdão de dívida.

Paulo Calado
10 de Maio de 2021 às 15:24
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Luís Filipe Vieira, dono da Promovalor, garante que nunca teve qualquer perdão de dívida por parte Novo Banco, ao contrário do que aconteceu com outras empresários. "Não tive nenhum perdão de capital, nem nenhum perdão de juros. Nem eu, nem o grupo Promovalor", disse o também presidente do Benfica.

"Muitos empresários tiveram perdões de capital e de juros. Não foi o meu caso", afirmou Luís Filipe Vieira na intervenção inicial preparada para a audição desta segunda-feira, na comissão parlamentar de inquérito ao Novo Banco. O empresário referiu que "é do conhecimento público que muitos viram perdoadas dívidas muito superiores àquelas que foram contraídas pela Promovalor. Não aconteceu isso comigo".

A Promovalor, um dos grandes devedores do Novo Banco, gerou perdas de cerca de 180 milhões de euros ao banco liderado por António Ramalho. O presidente do Benfica afirma que, em dezembro de 2017, a empresa entregou os seus ativos para o pagamento integral das suas dívidas, por decisão do Novo Banco e do Fundo de Resolução.

"Em setembro de 2017, a dívida do Grupo Promovalor ao Novo Banco ascendia a 227,3 milhões de euros", dos quais 217 milhões referentes a capital, 8,9 milhões a juros e 1,4 milhões a comissões bancárias, detalhou. 

"Não gastei dinheiro nem em iates nem em aviões"

Luís Filipe Vieira explicou ainda que fundou a Promovalor com capitais próprios de 35 milhões de euros sem qualquer recurso à banca. E disse ainda que o financiamento bancário que depois obteve por parte de um sindicato bancário - BES, Caixa Geral de Depósitos e BCP - foi utilizado nos seus investimentos. 


"Não gastei esse dinheiro nem em iates, nem em aviões, nem em mordomias. Não desviei esse dinheiro para contas pessoais, seja aqui em Portugal ou em qualquer outra parte do mundo", disse.


Segundo o também presidente do Benfica, investiu "nas empresas, na criação de valor económico e de postos de trabalho".


O dono da Promovalor disse ainda que é "muito cómodo para muita gente colocar o presidente do Benfica como grande devedor da banca que não cumpriu", defendendo a reestruturação da sua dívida, em 2017. Neste processo, foram adquiridos ao Novo Banco perto de 134 milhões de euros de créditos e reestruturados pelo banco empréstimos existentes de quase 86 milhões.  


"Digam uma, uma só, operação de reestruturação feita neste país com condições tão ou mais vantajosas para os bancos", rematou. 


A audição a Luís Filipe Vieira realizou-se esta segunda-feira sem que seja ainda conhecida a auditoria à Promovalor, realizada a pedido pelo Fundo de Resolução.


(Notícia atualizada.)
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