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Moody’s: Plataforma para gerir malparado é positiva. Mas efeitos não são imediatos
A agência de “rating” considera que o acordo entre o BCP, CGD e Novo Banco para a criação de uma plataforma para gerir o malparado é “positiva”.
O BCP, a CGD e o Novo Banco anunciaram na passada quinta-feira que acordaram a criação um veículo para gerir de forma integrada o crédito malparado. Para a Moody’s, esse desenvolvimento é positivo do ponto de vista da qualidade de crédito dos bancos portugueses. Mas Maria José Mori, a analista da agência, ressalva que esta plataforma não trará resultados imediatos para a qualidade do balanço dos bancos nacionais.
"A iniciativa é positiva do ponto de vista do crédito, já que permitirá melhorar a recuperação destes activos e reduzir o ‘stock’ elevado de empréstimos problemáticos nos balanços dos bancos portugueses", diz a agência numa nota divulgada esta segunda-feira, 2 de Outubro. E recorda que o malparado "é actualmente um constrangimento-chave na qualidade de crédito do bancos portuguesas e desafia a sua solvência, como está reflectido na sua capacidade de absorção de perdas".
Apesar de serem geridos de forma integrada, estes créditos continuarão no balanço dos bancos. E a Moody’s refere que "isso significa que a iniciativa não terá benefícios imediatos na qualidade de crédito dos bancos portugueses". A agência realça que "as necessidades de provisionamento e de consumo de capital relacionadas com estes activos problemáticos continuará a pesar na solvência dos bancos".
A agência realça que esta plataforma foi a solução encontrada "após muitos meses de intenso debate para alcançar uma solução colectiva que permitisse aos bancos reduzir o seu elevado ‘stock’ de empréstimos problemáticos". E a Moody’s constata que "os bancos tinham opções limitadas dadas as restrições a ajudas de Estado e aos uso de fundos públicos para financiar qualquer tipo de iniciativa que levasse à criação do chamado ‘bad bank’".
No entanto, a Moody’s realça que "todas as medidas tomadas para acelerar a redução de risco dos bancos portugueses e de acelerar os seus esforços para reduzir os ‘portfolios’ de empréstimos problemáticos contribuirá para melhorar os fundamentos financeiros dos bancos".