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Moody’s: Extensão do empréstimo ao Fundo de Resolução é positiva para a banca
A agência considera que a decisão do Estado em estender até 2046 o empréstimo feito ao Fundo de Resolução é “positiva” para o crédito dos bancos.
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O Ministério das Finanças anunciou na semana passada um alargamento do prazo do empréstimo do Estado ao Fundo de Resolução. E para a Moody’s isso é positivo para os bancos portugueses. "Esse anúncio é positivo para o crédito dos bancos portugueses porque os protege em relação a um défice na venda do Novo Banco", refere a analista da agência, Maria José Mori, num comunicado divulgado esta segunda-feira. Considera que isso limita o efeito nos outros bancos de uma venda do Novo Banco abaixo do valor injectado pelo Fundo de Resolução.
A agência acrescenta que "esta alteração, aprovada pela Comissão Europeia, assegura o pagamento na total das responsabilidades do Fundo de Resolução sem impor qualquer contribuição extraordinária ao sector bancário, mesmo que apareça alguma contingência". E que a "extensão tem como objectivo preservar a estabilidade financeira e melhorar a capacidade dos bancos portugueses em se recapitalizarem". E relembra que a decisão foi anunciada numa altura em que "os bancos portugueses enfrentam um aumento dos requisitos de capital regulatório e prudencial que os irá forçar a melhorarem os níveis de solvência".
Novo Banco com "fraca qualidade de crédito"
Em relação ao processo de venda do Novo Banco, a Moody’s refere que apesar das negociações com a empresa de "private equity" Lone Star, não existe informação pública sobre os potenciais valores da venda. No entanto, a agência considera que "dada a persistente fraca qualidade de crédito do Novo banco, é muito improvável que o Fundo de Resolução obtenha os fundos suficientes para reembolsar o empréstimo concedido pelo Governo".
O Fundo de Resolução injectou 4,9 mil milhões de euros no Novo Banco em 2014, montante que foi financiado em 4,5 mil milhões de euros pelo Estado. Actualmente o empréstimo estatal àquela entidade é de 3,9 mil milhões de euros. A Moody’s relembra que se "as receitas com a privatização do Novo Banco não cobrirem aquele valor, os bancos portugueses têm de assegurar a diferença para esse valor". Após o anúncio do Governo, a agência refere que nesse caso, os "bancos portugueses não necessitarão de fazer contribuições extraordinárias para o Fundo, limitando assim o efeito nos bancos de uma venda do Novo Banco" abaixo daquele preço.