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Greenvolt agrava prejuízos em 143% até junho para 19 milhões de euros

Trata-se de um aumento de 143,4% nos prejuízos do grupo no primeiro semestre, que no mesmo período de 2023 se situaram nos 7,8 milhões de euros. Ou seja, face ao semestre homólogo, a Greenvolt quase triplicou os prejuízos registados.

CEO da Greenvolt disse que os fundos do PRR acabaram por ter um efeito negativo “ao adiar investimentos que ficaram parados à espera de apoio”.
Duarte Roriz
23 de Setembro de 2024 às 20:01
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O Grupo Greenvolt registou no primeiro semestre de 2024 prejuízos de 19 milhões de euros, anunciou a empresa liderada por João Manso Neto em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Trata-se de um aumento de 143,4% nos prejuízos do grupo, que no mesmo período de 2023 se situaram nos 7,8 milhões de euros. Ou seja, face ao semestre homólogo, a Greenvolt quase triplicou os prejuízos registados.

De acordo com a energética, estes resultados foram influenciados por vários fatores: preços baixos da eletricidade no Reino Unido, ausência de operações de rotação de ativos nos preojetos de larga escala, juntamente com um impacto negativo não recorrente de cinco milhões de euros. 

"Chegámos ao final dos primeiros seis meses deste ano com resultados líquidos negativos, alinhados com aquelas que eram as nossas expetativas. Estes resultados, que refletem também um impacto negativo não recorrente, irão certamente apresentar um crescimento substancial até ao final do ano, antecipando-se uma melhoria na comparação entre 2024 e 2023", disse o CEO Manso Neto, citado em comunicado, lembrando que o grupo é já detido em mais de 80% pela KKR.

A demonstração de resultados da empresa relativamente ao período entre janeiro e junho mostra que "o resultado líquido atribuível à Greenvolt, excluindo o impacto das operações descontinuadas, foi de -16,8 milhões de euros e o resultado líquido total do grupo ascendeu a -19 milhões de euros", refere o mesmo comunicado.  

"Os resultados deste período estão em linha com as expectativas, uma vez que refletem a fase de investimento do grupo, com cerca de 800 MW de ativos em construção e o arranque de operações de geração distribuída em seis países. Não se verificaram operações de rotação de ativos no primeiro semestre do ano e alguns efeitos one-off imprevistos afetaram negativamente os resultados", justifica a empresa, dizendo que "a estratégia de crescimento, assente numa estrutura financeira progressivamente mais sólida, com a KKR a controlar mais de 80% das ações, mantém-se inalterada". 

No que diz respeito às receitas totais, estas cresceram 42% para os 188 milhões de euros no primeiro semestre de 2024, em comparação com 2023, "beneficiando do forte crescimento do segmento de larga escala e geração distribuída, que contrariou o impacto da quebra nos preços da eletricidade no Reino Unido, afetando o negócio da biomassa".

O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa cifrou-se em 26,5 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano (-40% face ao primeiro semestre de 2023), suportado pelo reforço da energia gerada pela biomassa que foi injetada na rede elétrica, nomeadamente através da central Tilbury Green Power no Reino Unido. Por seu lado, a ausência de operações de rotação de ativos penalizou o segmento de larga escala, reconhece o grupo. 

Apesar do agravamento significativo dos prejuízos, a Greenvolt diz-se "confiante" numa melhoria dos resultados em 2024. Em causa está a concretização de operações de rotação de ativos, tais como a realizada já em julho com a venda de 19 projetos solares em Itália por 18,7 milhões de euros à  Nuveen Infrastructure

"Mas há mais operações em carteira", assegura Manso Neto. Do pipeline total de 9,3 GW em 16 geografias, pelo menos 500 MW (200 MW em 2023) serão alienados durante este ano, garante a energética, dando conta que tem em curso processos de venda de cinco portfolios, três dos quais deverão ficar concluídos ainda em 2024. No primeiro semestre de 2024, a Greenvolt operava parques solares e eólicos em quatro países europeus, com uma capacidade combinada de 302 MW. A capacidade total  do pipeline aumentou 904 MW desde o final de 2023, elevando-a para 9,3 GW: 2,1 GW prontos a contruir; 782 MW em construção; e 305 MW em funcionamento.

Na geração distribuída, a empresa está em 12 geografias com a construção de mais de 400 projetos, sendo que o número de contratos assinados de encomendas ascende a 311,4 MWp. 

O EBITDA do segmento da biomassa cifrou-se em 20,7 milhões de euros, refletindo um decréscimo de 15% em relação ao ano anterior. "Continuámos a ser penalizados pelos baixos preços da energia registados no Reino Unido, enquanto nos projetos de larga escala não foi ainda assinada qualquer operação de rotação de ativos, isto ao mesmo tempo que o segmento da geração distribuída foi impactado por atrasos nas instalações devido a constrangimentos operacionais", elencou João Manso Neto, para explicar os prejuízos.

No entanto, o responsável espera fechar o ano com a otimização dos investimentos na biomassa, tanto em Portugal como no Reino Unido, onde além da central Tilbury Green Power a empresa espera concluir a compra da central Kent Renewable Energy até ao final de 2024.

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