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Fundo de investimento da norte-americana KKR lança OPA sobre Greenvolt. Negócio pode valer 1,2 mil milhões

Um fundo de infraestruturas gerido pela norte-americana Kohlberg Kravis Roberts (KKR) lançou uma oferta para comprar a totalidade da Greenvolt. A proposta oferece 8,30 euros por ação, avaliando a empresa liderada por João Manso Neto em 1.155 milhões de euros. Esta manhã, as ações da empresa chegaram a ser suspensas pela CMVM.

Pedro Catarino
21 de Dezembro de 2023 às 07:48
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O fundo de investimento em infraestruturas Gamma Lux, com sede no Luxemburgo, gerido pela empresa norte-americana Kohlberg Kravis Roberts (KKR), lançou formalmente "uma oferta pública geral e voluntária de aquisição da totalidade das ações" (OPA) da Greenvolt, de acordo com um comunicado enviado à primeira hora desta quinta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A contrapartida oferecida é de 8,30 euros por ação, avaliando a empresa liderada por João Manso Neto em 1.155 milhões de euros.

Como consequência do anúncio da OPA, as ações da Greenvolt foram suspensas na bolsa de Lisboa na manhã desta quinta-feira, 21 de dezembro. Pelas 10h30, as ações da empresa voltaram a negociar na bolsa de Lisboa, estando a valorizar a essa hora 9,5%.

Do lado da KKR, a empresa global de investimento irá integrar este investimento na energética portuguesa na sua plataforma de infrastruturas que, desde 2008, já investiu mais de 15 mil milhões de dólares no setor das energias renováveis e transição climática, sempre numa perspetiva de longo prazo. A KKR avalia a Greenvolt em cerca de 1.155 milhões e dispõe de capacidade para facilitar a captação de investimento privado de modo a fazer face ao crescimento que se espera para a empresa gerida por João Manso Neto.

A KKR é também acionista da empresa de tecnologia chinesa ByteDance Ltd., que tem entre as subsidiárias a rede social TikTok.

O lançamento desta oferta surgiu depois de o fundo gerido pela Kohlberg Kravis Roberts (KKR) ter assinado sete contratos para comprar uma participação total de 60,86% na Greenvolt a sete acionistas da empresa liderada por João Manso Neto.

As aquisições só deverão estar concluídas a partir de 31 de maio de 2024, após aprovação por parte da Autoridade da Concorrência Portuguesa e dos homólogos da Roménia, da Irlanda, do Reino Unido e da Alemanha, indicou a mesma nota.

A oferta do Gamma Lux aos acionistas na Bolsa de Valores de Lisboa prevê a compra de cada ação da Greenvolt por 8,3 euros, 11,5% acima do valor das ações do grupo no fecho da sessão de quarta-feira.

O fundo gerido pela KKR sublinhou ainda que a oferta representa "um prémio de 95,3% em relação ao preço inicial de admissão da oferta pública inicial das ações, em 15 de julho de 2021".

Em janeiro, a Greenvolt tinha anunciado um acordo com a KKR para a emissão de obrigações no valor de 200 milhões de euros, com maturidade de sete anos, passíveis de serem convertidas em ações da empresa.

Na altura, a empresa portuguesa defendeu, num comunicado, que este investimento ia permitir um "crescimento mais acelerado" da Greenvolt, potenciando ainda novas oportunidades de negócio.

"Esta é uma operação de extrema relevância para a Greenvolt, na medida em que vemos na KKR não apenas um investidor, que reconhece o potencial da empresa, mas também um parceiro, que acredita na estratégia que definimos, isto ao mesmo tempo que possibilitará acelerar ainda mais o cumprimento dos compromissos assumidos", afirmou, em janeiro, citado na mesma nota, o presidente executivo da Greenvolt, João Manso Neto.

"Estamos muito entusiasmados em fazer esta parceria que dará suportes à estratégia de criação de valor no segmento das energias renováveis, entregando 100% de energia verde através de múltiplas tecnologias em diversas geografias. Vemos uma grande oportunidade para a Greenvolt na biomassa, na energia eólica e solar de larga escala e na geração distribuída e este investimento está alinhado com o compromisso da KKR para dar novos passos rumo à importante transição energética", considerou, por sua vez, o 'partner' da KKR, Vincent Policard, em janeiro.

A KKR é uma empresa de investimento "líder mundial que oferece gestão alternativa de ativos, bem como soluções no mercado de capitais e seguros", explicou na altura a Greenvolt.

Por seu lado, a Mediobanca informou entretanto que atuou como consultor financeiro exclusivo da KKR na aquisição de 61% do capital e na oferta pública de aquisição voluntária lançada sobre as acções da Greenvolt, que passou a ser cotada na Euronext Lisbon em julho de 2021. Tem um pipeline de crescimento de 7,7 GW (eólica, solar e armazenamento) e marca presença em vários países europeus e nos EUA. 

(Notícia atualizada pelas 10h41 com fim da suspensão das ações da Greenvolt na bolsa de Lisboa)
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