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Montepio passa controlo da Lusitânia a grupo chinês

A maioria do capital da área de seguros da mutualista do Montepio foi vendida ao grupo chinês CEFC, no âmbito do acordo de parceria assinada em Setembro. O valor não foi revelado, mas a entrada será feita mediante aumento de capital.

Sábado
28 de Novembro de 2017 às 14:26
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Os mutualistas do Montepio vão deixar de ser os donos da Lusitania. O grupo chinês CEFC China Energy anunciou, no seu site oficial, que comprou a Montepio Seguros. Em causa está a compra de uma posição maioritária naquela "holding". Não é revelado qualquer montante. 

De acordo com o comunicado, a cerimónia de assinatura do contrato de venda teve lugar em Xangai esta segunda-feira, 27 de Novembro, pela mão de Fernando Nogueira, que lidera a Lusitania, e por Wu Hongbing, presidente do grupo chinês.

 

O grupo mutualista presidido por António Tomás Correia (na foto) não revela o valor da operação, sendo apenas mencionado que a entrada do novo accionista será feita através de um aumento de capital - ou seja, haverá diluição de posição por parte da mutualista, dando espaço ao grupo chinês. 

 

Após a assinatura do contrato, é necessária ainda a autorização do regulador, a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), e a luz verde do conselho geral da mutualista. Contactada, a Lusitania não fez comentários, remetendo para o accionista. 

 

A alienação ocorre no âmbito de um acordo de parceria assinado em Setembro entre a mutualista e o grupo chinês, em que estavam previstos entendimentos "específicos" e "projectos" que seriam negociados. Desde aí que se especulou sobre o investimento chinês no grupo segurador. 

 

Na operação está incluída a Lusitania Seguros (ramo não vida), a Lusitania Vida (vida) e a N Seguros (automóvel por canais à distância). De fora fica a Futuro, de gestão de fundos de pensões. Até ao momento, todas elas pertencem à Montepio Seguros, a "holding" que terá como novo accionista o grupo chinês. A Montepio Seguros é detida, em 89,5% pela mutualista, em 8,4% pela Lusitania Seguros e em 2,1% pela Lusitania Vida.

 

Neste momento, a mutualista liderada por Tomás Correia ainda não apresentou resultados consolidados relativos a 2016. Segundo os valores provisórios divulgados no relatório individual, a Lusitânia Seguros obteve prejuízos de 3,7 milhões de euros no ano passado, sendo que a N Seguros obteve resultados negativos de 2,4 milhões. A Lusitânia Vida apurou um lucro de 2,4 milhões.


Grupo chinês coloca sede financeira em Portugal

 

O grupo chinês pretende, segundo o comunicado divulgado, dar escala ao negócio segurador do Montepio. Além disso, haverá uma "cooperação adicional".

 

"O CEFC vai estabelecer a sua sede financeira em Portugal e levar a cabo a cooperação no investimento em diversos campos como o ramo financeiro, imobiliário, infra-estrutura, telecomunicações e vinho", indica ainda o mesmo documento. 

Segundo o site oficial, o grupo privado chinês, centrado nos serviços financeiros e na energia, tem uma força de trabalho de cerca de 30 mil trabalhadores. Com presença no petróleo, o grupo foi fundado em 2002 por Ye Jianming, que se mantém como presidente da administração. 

Em Janeiro deste ano, a Reuters escreveu um artigo em que falava nas ambições de crescimento do CEFC, que caminhava a par com os poucos conhecimentos existentes sobre a sua propriedade e sobre o seu financiamento.

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