A Caixa Económica Montepio Geral lucrou 11,1 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, o que representa uma recuperação face aos prejuízos de 19,8 milhões apurados no final de Março de 2016. Esta recuperação foi possível graças ao aumento dos proveitos e à redução de custos proporcionada pela reestruturação posta em prática no ano passado, como explica a instituição em comunicado publicado esta terça-feira, 9 de Maio, no site da CMVM.

O produto bancário aumentou 53,6%, para 115,2 milhões de euros, reflectindo o aumento de 35,7% da margem financeira, que se fixou em 71,1 milhões. O crescimento dos resultados da intermediação foi possível graças à "redução dos custos de financiamento", justifica a caixa económica. Também as comissões líquidas contribuíram para a recuperação da instituição, crescendo 23,7%, para 26,1 milhões.

Por seu turno, os custos operacionais recuaram 19,3%, para 67 milhões, evolução que foi possível graças ao corte dos gastos com pessoal. As despesas com recursos humanos recuaram 25,8%, para 41,8 milhões, beneficiando da redução de quadros concretizada no ano passado. No final de Março, o Montepio tinha 4.156 trabalhadores a nível do grupo, menos 174 do que no ano anterior.

Já o aumento das imparidades para crédito, que subiram 43,2%, para 33,8 milhões, penalizou os resultados.

Banco perdeu 876 milhões em depósitos no trimestre

Em termos de actividade, os depósitos de clientes recuaram 4% em termos homólogos, para 11.592 milhões de euros. No entanto, considerando apenas os primeiros três meses do ano, a saída de poupanças de clientes totalizou 876 milhões. Recorde-se que, neste período, o Montepio esteve debaixo dos holofotes mediáticos devido aos resultados negativos do seu accionista, a Associação Mutualista Montepio Geral, e a notícias sobre operações destinadas a melhorar as contas da caixa económica e sobre a mudança de marca imposta pelo Banco de Portugal.

Já o crédito a clientes recuou 3,2%, para 20.795 milhões de euros. Já o nível de malparado diminuiu, com o crédito em risco a fixar-se em 15,1%, contra os 15,5% registados há um ano.