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Montepio dá pontapé de saída na OPA ao fundo de participação

A mutualista presidida por Tomás Correia fez a instrução do pedido de registo da OPA na CMVM. O regulador vai olhar para os dados, como a justiça da contrapartida. A administração de Félix Morgado tem agora de se pronunciar.

Bruno Simão
26 de Julho de 2017 às 16:19
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Os mutualistas do Montepio deram início ao processo que visa concretizar a oferta pública de aquisição (OPA) sobre o fundo de participação da Caixa Económica Montepio Geral, transacção com a qual espera afastar a instituição financeira da volatilidade do mercado ao retirá-lo de bolsa. 

 

Segundo apurou o Negócios junto de várias fontes, deu entrada no início desta semana o pedido de registo da operação junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Com este acto, a Montepio Geral – Associação Mutualista entregou, igualmente, o projecto de anúncio de lançamento e o projecto de prospecto da operação, como previsto no Código dos Valores Mobiliários.

 

O regulador presidido por Gabriela Figueiredo Dias vai agora analisar os documentos, sendo que pode vir a colocar questões e a pedir informação adicional. Como ocorre neste tipo de operações, quando considerar que tem toda a informação do seu lado, a CMVM tem um prazo de dois dias para registar a OPA.

 

O Banco Finantia é o intermediário financeiro da operação, à qual dará assistência, de acordo com informações obtidas pelo Negócios. A mutualista poderá ter de gastar 106 milhões de euros se conseguir adquirir todas as unidades de participação que não estão nas suas mãos. A associação detém 73,5% do fundo, propondo-se a comprar os restantes 26,5%.

 

De acordo com a legislação, na mesma altura em que faz a instrução do pedido, a entidade liderada por António Tomás Correia teve de entregar, igualmente, junto da equipa de José Félix Morgado, que se vai ter de pronunciar, dentro de oito dias, "sobre a oportunidade condições da oferta". 

É com esse registo que depois se inicia a OPA: e é aí que quem quiser vender pode fazê-lo. 

 

Foi a 4 de Julho que a mutualista anunciou a OPA sobre o fundo. Na altura, a contrapartida de 1 euro por unidade representava mais do dobro do valor de mercado. Desde aí, houve uma aproximação ao preço. Esta quarta-feira, cada unidade do fundo da caixa económica negoceia precisamente em 1 euro.

 

Os objectivos da OPA

 

A OPA tem lugar antes da transformação em sociedade anónima da caixa económica sob o comando de José Félix Morgado, mudança que faz com que a caixa passe a ter o seu capital representado por acções. Nesse processo, o fundo de participação e as suas unidades são extintas. Antes desse processo, a mutualista pretende adquirir o máximo de unidades possíveis nesta OPA. 


Com a operação, a mutualista pretende retirar o fundo de bolsa no momento em que se negoceia a entrada de entidades da economia social no capital da caixa económica. Há um memorando de entendimento assinado já entre a associação e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa para um possível investimento, que poderá integrar outras entidades que o desejem.

A transacção segue-se ao aumento de capital de 250 milhões de euros que a mutualista promoveu no Montepio. 

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