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Montepio Crédito defende que imposto agravado no consumo devia ser "mais seletivo"
Pedro Gouveia Alves, presidente do Montepio Crédito, afirma ao Negócios que a justificação de uso da política fiscal proposta como desincentivo ao crédito ao consumo é "cega na sua aplicação".
"A justificação de uso da política fiscal proposta como 'política de desincentivo ao crédito ao consumo' é incompreensivelmente cega na sua aplicação", afirma Pedro Gouveia Alves, em declarações por escrito ao Negócios. Isto depois de o Parlamento ter aprovado o agravamento em 50% do Imposto do Selo (IS) sobre os créditos ao consumo para o próximo ano.
Para o presidente do Montepio Crédito, seria "mais profícuo e equitativo" uma "medida seletiva de aplicação do imposto do selo neste tipo de operações, fazendo-o consoante a natureza das mesmas" .
De acordo com a tabela Geral do IS o crédito de prazo inferior a um ano — por cada mês ou fração — paga uma taxa de 0,141%, o crédito de prazo igual ou superior a um ano paga 1,76% e crédito de prazo igual a superior a cinco anos paga 1,76%. O agravamento de 50% incide sobre estas taxas.
Ao contrário daquilo que estava previsto, a medida abrange apenas novos contratos, deixando de fora os já celebrados. Para Pedro Gouveia Alves, "recuar no sentido de não abranger os contratos já em vigor é o mínimo que se deve fazer".
Quando esta proposta do PSD - para limitar o agravamento aos novos contratos - foi votada, o Bloco de Esquerda absteve-se. Mais tarde, a deputada Mariana Mortágua mudou o sentido de voto, o que permitiu a sua aprovação.