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Miguel Maya quer pagar dividendos: "Estamos a criar condições para o poder fazer"
O presidente executivo do BCP argumenta que a distribuição de dividendos não é apenas para satisfazer nem os grandes nem pequenos accionistas. "A preocupação são todos". Certezas de que haverá pagamento ainda não há.
O Banco Comercial Português insiste que é seu objectivo fazer a distribuição de dividendos no próximo ano. Ainda não há certezas, só uma garantia: não é para agradar aos pequenos accionistas, nem para responder aos pedidos dos grandes. É para satisfazer todos.
"Para nós, é muito importante regressar aos dividendos, é um sinal de normalização", afirmou Miguel Maya, o presidente executivo da instituição financeira, na Money Conference, organizada pelo Dinheiro Vivo e TSF, que ocorreu em Lisboa.
"Estamos a fazer o caminho certo", considerou o CEO do banco privado, dizendo que a base de accionistas é "muito alargada" e que é importante dar sinal a todos. "A preocupação são todos os accionistas", disse, recusando que sejam apenas os pequenos ou de grande dimensão que, no último caso, já deram sinal de que querem dividendos, nomeadamente a Sonangol. A petrolífera detém 19,5% do banco, abaixo dos 27% nas mãos da Fosun.
"A certeza, obviamente não posso dar", disse Miguel Maya, acrescentando estarem a ser criadas "todas as condições para o poder fazer".
A 5 de Novembro, realiza-se uma assembleia-geral do BCP em que é proposta uma alteração contabilística que visa reforçar a situação do banco, de modo a colocá-lo em condições para poder distribuir resultados.
O banco não paga dividendos aos accionistas desde 2010.
Além disso, o BCP também se propôs a devolver aos trabalhadores a parte salarial que foi cortada entre 2014 e 2017, o que obriga a uma gestão prudente dos resultados distribuíveis.