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Miguel Maya apela a racionalidade em vez de emoções. Bancos dizem-se preparados para "novo jogo"

Para administrador executivo da CGD, José João Guilherme, "o jogo é o mesmo e as regras mudaram", uma vez que a banca sempre viveu desafios ao longo da sua história. Miguel Maya, CEO do BCP, apela à racionalidade em tempos "imprevisíveis".

João Cortesão
16 de Novembro de 2022 às 13:00
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De olhos postos no futuro, os administradores executivos dos maiores bancos em Portugal referem que o setor está bem preparado para o que está para vir, mas reforçam que o futuro é imprevisível.

"Os bancos fizeram um esforço para reforçar estruturas de capital, no caso de uma recessão é um fator de tranquilidade", começa por explicar José João Guilherme, administrador executivo da Caixa Geral de Depósitos. João Pedro Oliveira e Costa, CEO do BPI, partilha da opinião e refere que os bancos vivem "em constantes e permanentes desafios" desde 2007. "Os bancos tiveram, à época, de fazer uma transformação muito forte, inclusive no apoio à economia", diz.

Os cenários dos últimos anos têm sido sempre de constante mudança, e o período de pandemia foi em si mesmo uma época "desconhecida". "A banca portuguesa tem a experiência de ter ultrapassado tempos muito difíceis", refere o responsável do BPI, mesmo numa altura em "que é difícil analisar o tempo atual".

Relativamente à preparação para 2023, João Pedro Oliveira e Costa refere que o BPI não prevê uma recessão em Portugal, mas que "vão existir momentos no trimestre que serão negativos". Em qualquer dos cenários, diz que o "banco está preparado".

Para o responsável do Santander, Pedro Castro e Almeida, "é bom que haja um abrandamento da economia", uma vez que Portugal "vivia numa economia  sobreaquecida". A título de exemplo diz que "já tínhamos inflação no mercado imobiliário". Para o CEO, era "insustentável" continuar o padrão de crescimento económico português.

Relativamente à subida das taxas de juro por parte do Banco Central Europeu que tem acontecido a uma velocidade mais lenta que a congénere norte-americana, a Reserva Federal norte-americana, Pedro Castro e Almeida utiliza a história do antigo presidente da Fed, Paul Volker e refere que ainda é cedo para pensar num arrefecimento dos juros diretores e que o foco tem de estar em "controlar a inflação e não entrar em pânico".

"Temos de pressionar e não abrandar", termina o CEO do Santander.

Mesmo estando a banca portuguesa preparada para o futuro é preciso "não deixar que as emoções condicionem as decisões" - este é o mote que lança Miguel Maya, CEO do BCP, por duas vezes no discurso. O responsável aponta que "há muitos sinais de alerta há muito tempo" e que o novo cenário "é a imprevisibilidade".

"Estamos dependentes do que se vai passar na Ucrânia", remata Miguel Maya, sem deixar de referir, à semelhança dos seus pares, que as instituições financeiras portuguesas estão "numa condição mais favorável que estavam há uns anos atrás". Os exemplos são vários: "o euro está mais sólido, há maior coesão, há uma juventude qualificada".

Para José João Guilherme, administrador executivo da CGD, "o jogo é o mesmo e as regras mudaram", uma vez que a banca sempre viveu desafios ao longo da sua história e que eles apenas mudam de nome.

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