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Macedo satisfeito com acordo para venda da Comporta espera que não haja impugnações

A CGD tem vindo a falar com as várias entidades envolvidas na venda dos principais activos imobiliários da Herdade da Comporta, onde tem 120 milhões a recuperar. Espera, agora, que não haja impugnações após a escolha do vencedor.

# Porque Sobe - Conseguiu vitórias junto de Bruxelas. Primeiro, reduziu o risco - e, daí, o custo - da dívida que tinha de emitir na recapitalização. Depois, assegurou a manutenção da sucursal em França. Conquistas com que terá de compensar com mais corte de malparado e com redução da exposição em Cabo Verde e Moçambique. Voltou aos lucros um ano antes do antecipado, e resolveu créditos como os de Vale do Lobo e da Artlant. Mas o plano de diminuição da estrutura continua. E há um Santander atento.
António Cotrim/Lusa
31 de Outubro de 2018 às 08:51
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O presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos está satisfeito com o acordo de compra e venda dos principais activos do fundo imobiliário da Herdade da Comporta. Paulo Macedo espera que os próximos passos para concretizar a transacção não sejam travados por obstáculos como eventuais impugnações.

 

"A Caixa Geral de Depósitos está a acompanhar com muita atenção", começou por assegurar o CEO da instituição financeira, que é credora de 120 milhões de euros do fundo especial de investimento imobiliário fechado da Herdade da Comporta, que acordou a venda de dois activos, um em Grândola e outro em Alcácer do Sal, ao consórcio liderado pela Amorim Luxury, de Paula Amorim, e a Vanguard Properties/Port Noir, de Claude Berda.

 

A Caixa, adiantou Macedo na conferência de imprensa de apresentação de resultados de 31 de Outubro, viu com "satisfação o facto de ter havido aceitação de parte da sociedade gestora", a Gesfimo, em relação a um comprador daqueles dois principais activos do fundo imobiliários. 


Agora, a 27 de Novembro realiza-se a assembleia de participantes em que o assunto vai ser discutido e Paulo Macedo adiantou que é preciso que seja "aprovado". A massa insolvente da Rioforte é dona de 59% do fundo imobiliário, a par de 15% nas mãos do Novo Banco, estando o restante disperso por outros 85 investidores.

 

O importante, adiantou o banqueiro, é ter a certeza que os interesses da Caixa são defendidos: "Que não é alguém que quer impugnar e fazer qualquer espécie de acto menos adequado no sentido de prejudicar os interesses dos credores".

 

O processo de venda dos activos da Comporta, que pertenciam ao Grupo Espírito Santo, tem sido difícil e demorado. Houve um primeiro processo de venda do fundo que falhou devido à oposição do Ministério Público, que não quis levantar o arresto sobre as unidades de participação da Rioforte. Depois, houve ofertas feitas fora de um concurso formal à Gesfimo para ficar com os principais activos. Também aí não houve sucesso, tendo em conta as acusações de falta de transparência. Foi aberto, então, um concurso que foi ganho pelo consórcio liderado por Paula Amorim e Claude Berda.

Mas ficou sempre a pairar a possibilidade de impugnação por parte dos outros dois concorrentes que tinham apresentado propostas fora do concurso (Louis-Albert de Broglie e Global Asset Capital Europe; e Portugália, Oakvest e Sabina Estates), e que não aceitaram assinar um compromisso de não virem a colocar obstáculos legais à venda. O último consórcio, o da Portugália, até tinha sido escolhido inicialmente para ficar com a Caixa, mas a Rioforte e o Novo Banco, em assembleia de participantes, decidiram recusar a proposta e avançar para o concurso formal, onde o consórcio de Paula Amorim e Berda foi o único a apresentar uma proposta. Na altura, a Caixa "saudou" a decisão de adiar o processo.

Agora, o banco público está satisfeito. 
"Registámos com satisfação este primeiro passo", repetiu Macedo. "Estamos a seguir muito atentamente. Juridicamente, o caso é complexo, envolve o Ministério Público, várias entidades. Tencionamos conversar com todas, como aliás temos vindo, para ter a certeza que chegamos a bom porto. É uma operação delicada e essencial para os interesses da Caixa", concluiu. 

Segundo noticiou já o Negócios, para concretizar o projecto, que envolve a construção de uma igreja e um centro de relaxamento e "detox", o consórcio comprador espera pagar a operação - um preço que não foi divulgado publicamente - com recurso a capitais próprios. No futuro, poderá tentar negociar um refinanciamento junto da CGD, que tem 120 milhões de euros a receber do fundo imobiliário vendedor. 

 

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