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Lucros do Crédito Agrícola sobem para 72,5 milhões de euros no primeiro trimestre
O Crédito Agrícola alerta que o 2021 "encerra níveis de incerteza ainda elevados", o que poderá refletir-se no aumento de imparidades da carteira de crédito.
"O Grupo Crédito Agrícola apresentou um resultado líquido consolidado de 72,5 milhões de euros (+114,6% face ao período homólogo) no primeiro trimestre de 2021, um período marcado por um novo confinamento geral como medida de contenção da pandemia provocada pelo coronavírus", afirma o banco num comunicado divulgado esta sexta-feira, 21 de maio.
Para este resultado, o negócio bancário contribuiu com 65,3 milhões de euros, ou seja, mais 122,9% face ao período homólogo, refere.
"Em termos de composição do produto bancário, a margem financeira cresceu 7,4 milhões de euros (+9,4%) em relação ao mesmo período em 2020", indica o Crédito Agrícola. Isto num período em que as comissões líquidas diminuíram 2,5 milhões de euros e os resultados das operações financeiras reduziram 4,2 milhões de euros.
Em termos de rácios de capital, o CET 1 fixou-se nos 18,3% ao longo do primeiro trimestre de 2021.
Banco vê aumento de imparidades para crédito
Por outro lado, as imparidades e provisões alcançaram 6,9 milhões de euros, evidenciando uma redução em termos homólogos de 20,7 milhões de euros.
Uma evolução que o banco justifica por 18,2 milhões de euros de provisões genéricas constituídas no primeiro trimestre de 2020 para cobertura, ao longo de 2020, de riscos relacionados com ativos imobiliários e carteira de crédito, mas também com uma diminuição de 10 milhões de euros nas imparidades de títulos de dívida face ao trimestre homólogo. Por fim, pelo aumento das imparidades da carteira de crédito, em 6,8 milhões de euros e pelo aumento das imparidades de outros ativos em 700 mil euros relacionadas, essencialmente, com imóveis por recuperação de crédito, face ao primeiro trimestre de 2020.
"O exercício de 2021 encerra níveis de incerteza ainda elevados que se poderão vir a refletir ao nível do incremento de imparidades da carteira de crédito. Neste contexto, os próximos resultados trimestrais poderão sofrer alterações materiais decorrentes das atividades de acompanhamento regular da carteira de crédito, em particular, dos setores mais afetados pela crise e com maior peso de contratos de crédito em situação de moratória", frisa o Crédito Agrícola.
No final de março, o Crédito Agrícola tinha 2.682 milhões de euros de créditos em moratória, no total de 27.040 contratos. Deste valor, 77,6% corresponde a crédito a empresas, 13,9% a crédito à habitação e 8,4% a outros créditos a particulares. O banco revela ainda que, em termos globais, "89,1% das moratórias de crédito estavam em situação regular (stages 1 e 2)".
O Crédito Agrícola apoiou 4.237 empresas nacionais através da concessão de 317,7 milhões de euros ao abrigo das linhas de crédito protocoladas covid-19.
Mais crédito e mais depósitos
A instituição financeira liderada por Licínio Pina indica ainda que A carteira de crédito bruto a clientes alcançou os 11,4 mil milhões de euros, uma variação positiva de 7% face aos primeiros três meses do ano passado.
Quanto aos recursos de clientes, sob a forma de depósitos bancários, totalizavam cerca de 17,6 mil milhões de euros, o que se traduz num aumento de 14,4% face ao período homólogo.
(Notícia atualizada com mais informação.)