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Lucros do BPI derrapam 68% para 104,8 milhões em 2020

O banco constituiu 151 milhões em imparidades, num ano marcado pela crise gerada pela pandemia.

Manuel de Almeida/Lusa
04 de Fevereiro de 2021 às 15:03
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O BPI reportou um resultado líquido de 104,8 milhões de euros em 2020, valor que representa uma queda de 68% face aos lucros de 327,9 milhões que tinha registado no anterior. Este resultado é registado num ano marcado pela pandemia, em que o banco constituiu 151 milhões de euros em imparidades de crédito.

Os resultados foram divulgados esta quinta-feira, 4 de fevereiro, em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). "Em 2020, o BPI constituiu 151 milhões de euros de imparidades de crédito líquidas, incluindo imparidades não alocadas de 97 milhões de euros, para prevenir impactos futuros da pandemia, o que explica a redução do resultado consolidado (-68%) e do resultado líquido recorrente em Portugal (-64%)", detalha o banco.

Apesar do contexto "adverso", o BPI destaca a evolução positiva da atividade comercial, bem como a melhoria da qualidade da carteira de crédito, com a redução do malparado.

A carteira de crédito total aumentou em 5,4% e fixou-se em 25.695 milhões de euros, um comportamento explicado com a evolução em todos os segmentos. O crédito a particulares aumentou 5,4%, com destaque para o crédito à habitação, que cresceu 5,5% e totalizou 12.008 milhões de euros. Já o crédito às empresas aumentou em 5,9% e totalizou 10.072 milhões de euros.

Ainda no que diz respeito ao crédito, o BPI viu o rácio de malparado reduzir-se em um ponto percentual, para 2,1%, o equivalente a 598 milhões de euros de créditos não produtivos. No final de 2020, este montante estava coberto em 141% por imparidades e colaterais.

Quanto aos depósitos de clientes, estes aumentaram em 13%, para um total de 26.009 milhões de euros no final do ano passado. Em sentido contrário, os ativos sob gestão recuaram 1,6% e as ofertas públicas de subscrição caíram 14,8%. Assim, os recursos totais de clientes cresceram 7,6% e ascenderam a 36.989 milhões de euros em 2020.

Do lado operacional, o BPI conseguiu ainda aumentar a margem financeira em 3,2%, para os 450,1 milhões de euros. Em sentido contrário, as comissões líquidas recuaram 5% para os 244,9 milhões de euros, um movimento que o banco explica com a redução da atividade económica em 2020. Assim, o produto bancário acabou por cair ligeiramente, em 1,3%, para um total de 698,3 milhões de euros.

Já os custos de estrutura reduziram-se em 4,5, para os 426,3 milhões, enquanto o rácio de "cost-to-income" registou uma melhoria, passando de 60,2% no final de 2019 para 58% em 2020.

Quanto à capitalização do banco, o rácio de "common equity tier 1" aumentou de 13,4% no final de 2019 para 14,1% em dezembro de 2020.

Mais de um quinto do crédito em moratória

No final de 2020, o BPI tinha 97,5 mil contratos de crédito abrangidos por moratórias, correspondendo a 5.620 milhões de euros de crédito. O número de contratos abrangidos pelas moratórias reduziu-se face ao final do terceiro trimestre de 2020, já que uma parte significativa destas moratórias viram o seu prazo vencer.

Os 5.620 milhões de euros, detalha ainda o banco, correspondem a 22% da carteira de crédito total. Deste montante, 2.495 milhões dizem respeito a crédito à habitação, outros 333 milhões a crédito pessoal e automóvel e os restantes 2.792 milhões a crédito a empresas.

Ainda no âmbito das medidas de apoio criadas para dar resposta à crise gerada pela pandemia, o BPI recebeu 8.400 candidaturas às linhas de crédito garantido pelo Estado, que correspondem a um financiamento de 722 milhões de euros em crédito já contratado ou aprovado e em análise pela Sociedade de Garantia Mútua.

Notícia atualizada pela última vez às 16h40 com mais informação.
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