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Lucros do BPI afundam para 10,2 milhões de euros em 2017
Os custos e efeitos extraordinários da participação em Angola penalizaram o resultado do BPI.
O BPI apresentou lucros de 10,2 milhões de euros no ano passado, o que compara com o lucro consolidado de 313,2 milhões de euros em 2016, refere o banco num comunicado à CMVM.
"O resultado líquido consolidado ‘como reportado’ foi positivo em 10,2 milhões de euros", indica o banco, controlado em 85% pelo CaixaBank, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A instituição financeira justifica com eventos extraordinários relacionados com o Banco de Fomento Angola (BFA). No início do ano passado, a venda de 2% do BFA à Unitel já tinha levado a uma perda de 212 milhões de euros, a que se acrescenta ainda o impacto do facto de as empresas de auditoria terem classificado Angola como economia de elevada inflação, que levou a perdas adicionais de 69 milhões, segundo explicou o CEO Pablo Forero na conferência de imprensa de apresentação de resultados.
Em termos de resultados, a margem financeira (diferença de juros cobrados em créditos e juros pagos em depósitos) deslizou 1% para 407,1 milhões de euros, o que se deveu à redução do custo dos depósitos, ao resultado técnico de contratos de seguros e ainda ao custo com a emissão de dívida subordinada, subscrita pelo CaixaBank, no valor de 13 milhões. As comissões líquidas subiram 9% em termos homólogos.
A instituição financeira não divulga os custos de estrutura (só apenas os recorrentes), que decresceram 5,3% para 455,7 milhões de euros. Contudo, o ano passado houve custos extraordinários com o plano de saídas voluntárias, de 78 milhões após impostos.
As imparidades de crédito foram de 25 milhões de euros em 2017, segundo o comunicado à CMVM, o que representa uma queda em relação aos 33 milhões do ano anterior.
Em termos de capital, o rácio Common Equity Tier 1, que mede o peso do melhor capital do banco, fixou-se em 12,3%. O número sobe para 13% segundo as novas regras de contabilidade e com a venda das subsidiárias do BPI ao CaixaBank.