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BPI: "A nossa intenção é reduzir a participação no BFA"
"Temos de fazer o que o supervisor diz", assume Pablo Forero, o presidente executivo. O BPI tem 48,1% do BFA, mas vai ter de diminuir esse peso. Angola contribuiu para a queda dos lucros em 2017.
"A nossa intenção é reduzir a participação no BFA [Banco de Fomento Angola] porque não pode ser de outra maneira". A afirmação é de Pablo Forero, presidente executivo do BPI, na conferência de imprensa de apresentação de resultados, em que o banco apresentou lucros de 10,2 milhões de euros em 2017.
Neste momento, e depois da obrigação do Banco Central Europeu de o BPI perder o controlo do BFA (que ditou a venda de 2%), o BPI detém agora 48,1% no banco angolano, estando o restante capital nas mãos da Unitel, de Isabel dos Santos.
Mas o supervisor europeu tem uma recomendação para o banco português de diminuir o seu peso, embora não tenha indicado qual a percentagem máxima de capital que o BPI pode ter, nem em que período temporal deve concretizá-lo.
"Temos de fazer o que o supervisor diz. A bota notícia é que não temos uma data-limite, o que temos é uma intenção e temos de trabalhar nisso", assegurou Pablo Forero, acrescentando que, contudo, não haverá uma saída no curto prazo, mas sim no longo prazo.
Uma hipótese que foi avançada por Isabel dos Santos, dona da Unitel, foi a dispersão de parte do capital do BFA, o que permitiria ao BPI também diminuir o seu peso no capital. "Se há uma operação de IPO, vemos com bons olhos essa possibilidade e naturalmente estudamos com muito detalhe e interesse", justificou o responsável da instituição financeira esta terça-feira, 30 de Janeiro.
Angola foi a responsável pela queda dos lucros do BPI para 10,2 milhões em 2017, que compara com 313,2 milhões de euros em 2016, com o banco português a justificar com eventos não recorrentes.