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Lucros do banco angolano detido pela CGD caem 38% para 40 milhões em 2017
O resultado líquido do Caixa Geral Angola diminuiu em 38% no ano passado.
O banco Caixa Geral Angola, detido maioritariamente pelo grupo estatal português Caixa Geral de Depósitos (CGD), registou um resultado líquido de 7.656 milhões de kwanzas (40 milhões de euros) em 2017, uma quebra de 38,1% face a 2016.
A informação consta do relatório e contas divulgado pelo banco, ao qual a Lusa teve acesso esta terça-feira, 5 de Junho, e que contrasta com o resultado líquido de 12.371 milhões de kwanzas do exercício de 2016, equivalente a cerca de 65 milhões de euros, à taxa de câmbio de então.
Na sua análise sobre as demonstrações financeiras, o Conselho Fiscal do banco Caixa Geral Angola refere que entre os "aspectos a merecer séria reflexão" contam-se a redução do activo, o "aumento considerável do crédito vencido e o "significativo aumento das imparidades", além da redução do negócio cambial e dos "elevados níveis de concentração do crédito em poucos clientes".
"Tendências já verificadas no ano anterior", lê-se no parecer do conselho fiscal, com data de 2 de Maio.
O relatório e contas do banco justifica os resultados com a crise económica e financeira que continua a afectar Angola. Refere igualmente que a o produto bancário aumentou 0,4% em 2017, para 26.416 milhões de kwanzas (140 milhões de euros), enquanto a margem financeira subiu 5,5% para 22.345 milhões de kwanzas (120 milhões de euros).
A carteira de crédito baixou 17% para 82.005 milhões de kwanzas (440 milhões de euros), tendo o banco elevado as provisões totais para 2.519 milhões de kwanzas (13 milhões de euros) em provisões, enquanto o rácio de solvabilidade chegou no final de 2017 nos 47%.
Desde 2015 que o então Banco Caixa Geral Totta Angola, que passou a ser controlado maioritariamente pelo banco público português, adoptou o nome comercial e imagem semelhantes.
O Banco Santander Totta e a Santotta - Internacional SGPS anunciaram em 8 de Julho de 2015 a venda da sua participação de 49% no capital social da PartAng SGPS à Caixa Geral de Depósitos, passando o banco público português a deter a totalidade do capital daquela sociedade e por sua vez 51% do capital social do agora designado Banco Caixa Geral Angola.
Além da holding PartAng (51%), a estrutura accionista do banco, que opera em Angola desde 2009, é detida pela petrolífera estatal angolana Sonangol (25%), e pelos empresários Jaime Freitas (12%) e António Mosquito (12%).