O Ministério Público francês abriu uma investigação preliminar sobre o possível abuso de informação privilegiada (insider trading) por parte do BNP Paribas, avança a Bloomberg esta quarta-feira, 19 de Novembro.

Segundo um porta-voz do Ministério Público, citado pela agência noticiosa, a investigação começou no início de Novembro, não sendo ainda possível determinar quais os indivíduos que podem estar envolvidos no processo.

No início de Julho, o banco francês reconheceu em tribunal documentos que provam a concretização de transacções de aproximadamente nove mil milhões de dólares (perto de 7,2 mil milhões de euros) feitas com países como Cuba, Irão e Sudão, estados alvo de sanções por parte de Washington. A violação resultou numa coima recorde de 8,97 mil milhões de dólares (7,17 mil milhões de euros), imposta pela justiça norte-americana.

O semanário francês Le Canard Enchaine informa que os procuradores estão a analisar a venda de acções por altos funcionários do BNP durante 2013, numa altura em que autoridades dos Estados Unidos estavam a investigar as transacções do banco com os países sancionados.

O presidente Baudouin Prot, o seu antecessor Michel Pébereau e o director de operações Philippe Bordenave venderam quase 290 mil acções no valor de cerca de 13 milhões de euros em 2013, de acordo com informações divulgadas no relatório anual do banco, exigido pela Autorité des Marchés Financiers, o regulador do mercado francês.

As acções do banco sobem 0,62% para 48,665 euros. Acumulam uma perda de 14% desde o início do ano.