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Joaquim Goes passa da banca para o turismo

O antigo administrador do BES, e ex-assessor do Novo Banco, vai ser o presidente do fundo de capital de risco que gere hotéis que pertencia ao grupo Amorim. Neste momento, Joaquim Goes enfrenta um processo de contra-ordenação do Banco de Portugal e pode ser visado nos processos da PT.

Miguel Baltazar/Negócios
Negócios 08 de Setembro de 2015 às 21:26
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Joaquim Goes era um dos nomes falados para substituir Ricardo Salgado no Banco Espírito Santo. Nunca chegou a acontecer. Foi afastado do BES, por não ter detectado problemas enquanto desempenhava funções de gestão de risco na administração. Acabou por ser chamado por Vítor Bento para o ajudar no Novo Banco. Já saiu dessas funções. Agora, noticia o Expresso, está na administração de um fundo de uma gestora de capital de risco que controla hotéis e um casino.

 

O Expresso dá a informação de que Goes será administrador executivo do fundo de capital de risco Aquarius, que pertence à Oxy Capital, uma sociedade que gere fundos de capital de risco (empresas de investimento considerados menos conservadores).

 

O fundo Aquarius fez um acordo com a Amorim Turismo para adquirir 75% do capital de três hotéis ( Lake Resort e Vilalara e Tróia Design Hotel) para além do Casino. O jornal revela que são estas as operações que passam agora a estar sob o olhar de Joaquim Goes.

 

A suspensão do BdP

 

Em Julho de 2014, depois de apresentados os prejuízos históricos do Banco Espírito Santo, que colocaram os rácios abaixo do exigido, o Banco de Portugal decidiu suspender três administradores executivos do banco. Joaquim Goes foi um deles, que, na comissão parlamentar de inquérito, disse que não entendia essa decisão como uma questão pessoal. Foi, sim, defendeu, uma decisão para ver se as funções tinham sido cumpridas.

 

"[A suspensão] não foi sobre pessoas, foi sobre as funções de controlo interno, que estavam sobre acompanhamento", disse. O regulador decidiu suspender, a 30 de Julho, os responsáveis pelos departamentos de compliance, risco e auditoria. Goes tinha o pelouro da gestão do risco.

 

O objectivo da suspensão, disse Joaquim Goes, era para ver se as funções tinham sido "cumpridas e executadas" – não era uma questão sobre ele e os seus colegas António Souto e Rui Silveira, também eles suspensos. Na altura, o Banco de Portugal explicou que a suspensão se deveu ao facto de a estes titulares incumbirem "deveres reforçados de vigilância, tendo presente a responsabilidade atribuída às funções de controlo pelo Aviso do Banco de Portugal nº 5/2008, para permitir a prevenção e detecção tempestiva das situações em causa, o que não veio a ocorrer".

 

O ex-administrador do BES diz que o BdP tinha de avaliar o cumprimento de funções, dado que no final de Junho e início de Julho houve operações que acabaram por levar a prejuízos de 3.577 milhões de euros. Goes afirma não ter tido qualquer papel nessas operações. 

 

Na comissão de inquérito, o gestor garantiu que nem toda a gestão do banco sabia de tudo.

 

Apesar da suspensão, Joaquim Goes, depois da resolução, passou a colaborar com o Novo Banco, que herdou os activos considerados saudáveis do BES, quando era ainda liderado por Vítor Bento. Algo que levou o Banco de Portugal a emitir um comunicado para garantir que o gestor não estava na gestão diária do banco herdeiro dos activos e passivos considerados saudáveis.

 

Processos do BdP e Pharol

 

Entretanto, o Banco de Portugal concluiu o primeiro processo de contra-ordenação no âmbito do Universo Espírito Santo. Goes é um dos administradores do BES que é alvo de duas acusações por negligência no caso da colocação de dívida da ESI através dos balcões do BES.

 

Goes era o representante do BES na PT e, nesse sentido, a Pharol, que ficou com os 897 milhões de euros investimentos em dívida da Rioforte (do GES), estudou a possibilidade de incluí-lo nos processos judiciais que quer colocar contra os antigos gestores da PT SGPS (Henrique Granadeiro, Zeinal Bava, Pacheco de Melo e Morais Pires).

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