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Já arrancou a comissão parlamentar de inquérito ao BES

Assunção Esteves já deu posse aos 17 deputados que, durante 120 dias, vão escrutinar o que se passou para levar à resolução do BES e à derrocada do GES. O PSD preside ao inquérito, com o PS e o BE com a vice-presidência.

Bruno Simão/Negócios
09 de Outubro de 2014 às 13:51
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12h05, 9 de Outubro de 2014. Teve início a comissão parlamentar de inquérito à gestão do Banco Espírito Santo e do Grupo Espírito Santo. Um grupo de 17 deputados tentará apurar "a verdade dos factos" em torno da polémica derrocada do banco. Até 19 de Outubro, os deputados têm de entregar a lista de quem querem ouvir nas audições.

 

A posse foi concedida pela Presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves. "Desejo a realização de um bom trabalho". No Parlamento, a tomada de posse de uma comissão demorou cerca de 10 minutos.

 

A segunda face da política da nação enumera quem a compõe e pergunta quem serão o presidente e os vice-presidentes da mesma. Fernando Negrão, como se sabia, é a escolha do Partido Social Democrata para a presidência da comissão. O Partido Socialista ficou com a primeira vice-presidência, para a qual nomeou José Magalhães. Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, é a segunda vice-presidente.

 

Serão eles que constituirão a mesa da comissão de inquérito ao BES que, no Parlamento, tem o nome abreviado: Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão do BES e do GES. Mas a designação oficial da comissão, publicada em Diário da República, é longo: comissão de inquérito parlamentar à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo, ao processo que conduziu a aplicação da medida de resolução e às suas consequências, nomeadamente quanto aos desenvolvimentos e opções relativos ao GES, ao BES e ao Novo Banco. No Parlamento, o nome abreviado é: Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão do BES e do GES.

 

As equipas já estão a postos. E os partidos escolheram deputados já habituados a inquéritos.

 

O PSD conta com sete membros. Um deles é o presidente, que terá de manter uma posição neutral ao longo da comissão.

 

O coordenador do grupo do partido laranja é Carlos Abreu Amorim, professor universitário formado em Direito, que integrou os inquéritos aos Estaleiros de Viana e ainda do BPN. É acompanhado por outros quatro deputado: Duarte Marques, Duarte Pacheco, Jorge Paulo Oliveira e Pedro Saraiva.

 

O Partido Socialista será representado por cinco deputados, coordenados por Pedro Nuno Santos: João Galamba, Ana Paula Vitorino, Filipe Neto Brandão e ainda José Magalhães. O CDS/PP terá Cecília Meireles enquanto deputada coordenadora, acompanhada por Teresa Anjinho. Miguel Tiago lidera o grupo parlamentar do PCP, que integra ainda Paulo Sá. Mariana Mortágua é a única representante do Bloco.

 

Gestão é um dos pontos a avaliar

 

Os 17 deputados a que Assunção Esteves dará posse esta quinta-feira terão vários temas a seguir, para concluir num prazo que não poderá exceder os 120 dias. O papel da gestão no BES e o dos auditores é um deles, juntamente com a relação entre o banco e o Grupo Espírito Santo, do qual fazia parte. O quadro legislativo e a supervisão é outro dos assuntos, a que se junta o desempenho do Governo. A medida de resolução do Banco de Portugal e o uso, ou não, de dinheiros públicos no resgate também irá ocupar os trabalhos dos deputados. A constituição do inquérito foi aprovada por todos os partidos.

 

Esta quarta-feira já se andaram a limpar as armas para o inquérito, com a audição da ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, e do governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, na comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública.

 

Com o arranque dos trabalhos, irá definir-se quem deverá ser ouvido na comissão de inquérito. Vítor Bento recusou-se a ir à comissão parlamentar de Orçamento mas não poderá recusar uma ida ao inquérito parlamentar, já que esta goza de poderes idênticos aos de autoridades judiciais.  

 
O que é uma comissão de inquérito

O Parlamento português pode constituir comissões permanentes, as que estão especializadas em determinada matéria (como a de Orçamento, Educação ou Ciência e Cultura), mas também comissões eventuais, criadas para cumprir uma função específica.

 

As comissões de inquérito são comissões eventuais. Têm um prazo específico e, de acordo com o site da Assembleia da República, "têm como missão vigiar pelo cumprimento da Constituição e das leis e apreciar os actos do Governo e da Administração".

 

Estas comissões parlamentares distinguem-se pelo facto de gozarem de poderes de investigação idênticos aos das autoridades judiciais.

 

Viana do Castelo, aquisição de material militar ou "swaps" são alguns dos mais recentes objectos de comissões de inquérito no parlamento nacional, além dos "swaps".

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