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PS quer Pedro e Maude Queiroz Pereira no inquérito ao BES
Administradores da PT, família Espírito Santo, Álvaro Sobrinho. Estas são algumas das audições que o PS propõe para a comissão de inquérito ao BES, onde pede que seja entregue a correspondência sobre o caso trocada entre reguladores e Governo.
Pedro Queiroz Pereira, o presidente da Semapa e antigo parceiro de Ricardo Salgado, é chamado pelo Partido Socialista à comissão parlamentar de inquérito à gestão do Banco Espírito Santo e do Grupo Espírito Santo. A sua irmã Maude (na foto), com quem esteve em "guerra" no ano passado, também consta do requerimento feito pelo maior partido da oposição.
A audição a Queiroz Pereira, que enviou documentação em 2013 ao Banco de Portugal sobre o GES, é requerida por todos os partidos da oposição, já que terá tido um papel de relevo na identificação de alegadas irregularidades no universo Espírito Santo. Algo que ocorreu depois de uma guerra entre o empresário e a sua irmã, que se acusavam de tentativas de controlo de sociedades que dominam a Semapa, dona da Portucel. Guerra que envolveu acusações de Queiroz Pereira a Salgado por estar a apoiar Maude. O envio dessa documentação ao Parlamento é um pedido do PS.
A família Espírito Santo, os oito grandes membros, incluindo Salgado, José Maria Ricciardi e Maria do Carmo Moniz Galvão, é chamada a participar na comissão de inquérito. Da mesma forma, a audição a Álvaro Sobrinho, ex-presidente do Banco Espírito Santo Angola, que entrou em colisão com Salgado, é solicitada. O contabilista da Espírito Santo International, Francisco Machado da Cruz, também terá de prestar esclarecimentos aos deputados, segundo o PS.
PT e Governo chamados
Há ainda um leque de presidentes da PT convocados pelo PS para o inquérito parlamentar: Zeinal Bava, Henrique Granadeiro, Murteira Nabo e Miguel Horta e Costa. A operadora sempre foi uma parceira do banco, tendo sido prejudicada por investimentos que fez no grupo que o controlava.
Do Governo, Maria Luís Albuquerque, Pires de Lima, Paulo Macedo, Vítor Gaspar, Carlos Moedas e Paulo Portas são os nomes chamados. Passos Coelho não. Tal como o Bloco de Esquerda, também os socialistas, coordenados no inquérito por Pedro Nuno Santos, querem ouvir os membros da troika que supervisionaram o cumprimento do programa de ajustamento e não detectaram problemas no banco.
O nome de Luís Marques Mendes também consta do requerimento do PS para as audições na comissão de inquérito, a ser presidida pelo social-democrata Fernando Negrão. Um dia antes de Carlos Costa anunciar, a 3 de Agosto, a resolução do BES (com a criação do Novo Banco e a manutenção de activos tóxicos no banco mau), o comentador falou da solução encontrada na SIC.
PS pede correspondência entre reguladores e Governo sobre BES
Em relação à documentação, o grupo parlamentar socialista pede acesso aos relatórios de supervisão do Banco de Portugal relacionados com o Grupo BES e a "toda a correspondência trocada desde 2011 entre reguladores (BdP, CMVM e ISP) e governo acerca do dossiê Espírito Santo e, em particular, sobre decisão de resolução do BES, entre os dias 28 de Julho e 3 de Agosto de 2014".
A informação dos reguladores de Angola, Dubai, Luxemburgo, Suíça, Estados Unidos e Panamá, onde o BES e o GES tinham presença, também será solicitada.
As audições e os documentos a serem requeridos têm de ser alvo de consenso por parte de todos os partidos. Esta quarta-feira, 22 de Outubro, é o último dia para serem apresentados os requerimentos das bancadas. PSD e CDS ainda não apresentaram os seus nomes, ao contrário do PCP e do Bloco de Esquerda.