Israel aprovou uma lei que limita salários no sector financeiro. Promovida pelo Ministro das Finanças Moshe Kahlon, esta medida foi aprovada no Parlamento por unanimidade e entra em vigor em seis meses, escreve o The Guardian, que avançou com a notícia.

De acordo com o Comité de Finanças do Parlamento, os salários no sector financeiro aumentaram bastante nos últimos anos, sendo que este sector representa um quarto das 40 firmas em Israel com maiores remunerações.

"Há um significado moral para lá do impacto económico desta medida. Simboliza a diminuição das disparidades salariais, solidariedade e consideração pelos mais fracos", disse Kahlon, citado pelo The Guardian.

Prevê a lei que a compensação total dos funcionários tenha um limite máximo de 2,5 milhões de shekels por ano (582.261 euros), ou  menos de 44 vezes o salário do trabalhador menos bem pago dentro da empresa. Se estes tectos forem superados, as remunerações ficarão sujeitas a taxas mais altas.

A medida foi apoiada pela coligação que sustenta o Governo e pela oposição, mas recebeu críticas por parte dos banqueiros. Alguns comentadores consideraram a medida populista e alertam que pode resultar em custos adicionais para o consumidor caso os bancos decidam retaliar. 

A Associação de Bancos de Israel alertou que a medida pode causar disrupções nas relações de trabalho e o porta-voz do grupo não recusou a possibilidade de se recorrer da decisão no Supremo Tribunal.

Escreve o The Guardian que nos EUA as empresas financeiras são obrigadas a divulgar o rácio compensações, mas não existe uma limitação. Na Europa, a revisão da directiva relativa aos direitos dos accionistas propõe um maior envolvimento destes nas empresas, incluindo no que às remunerações diz respeito, dando-lhes o direito de votar a cada três anos sobre a política de remunerações da empresa.