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Isabel Vaz e António de Sousa apresentam livro sobre Salgado

"BES – Os Dias do Fim Revelados" é publicado na próxima quinta-feira, 3 de Março, pela mão da Chiado Editora. A obra tem como base uma conversa da autora, Alexandra Ferreira, com Ricardo Salgado.

DR
24 de Fevereiro de 2016 às 16:12
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Isabel Vaz, actual presidente executiva da Luz Saúde - designação que veio substituir o nome Espírito Santo Saúde -, vai ser uma das apresentadoras do livro "BES – Os Dias do Fim Revelados", que conta os últimos dias do banco pela óptica de Ricardo Salgado.

 

A gestora nunca escondeu que sempre teve uma boa relação com Ricardo Salgado e, aliás, quando recebeu um prémio no ano passado, o antigo banqueiro felicitou-a. Em entrevista ao Negócios em Julho de 2015, recusou a ideia de que a culpa da derrocada do grupo (do qual fazia parte a ES Saúde, agora pertencente aos chineses da Fosun) fosse unicamente de Salgado.

 

Ao lado de Isabel Vaz estará, na apresentação que vai acontecer na próxima quinta-feira 3 de Março, o antigo governador do Banco de Portugal, António de Sousa. Em 2012, quando foi considerado como o 41º mais poderoso da economia portuguesa, o também ex-presidente da Associação Portuguesa de Bancos era apresentado como "aliado da banca (e de Ricardo Salgado)".

 

"A sessão de lançamento do livro está agendada para 3 de Março pelas 18:30 no Grémio Literário, em Lisboa", indica a nota de imprensa da Chiado Editora, que publica a obra. "Os factos, as decisões políticas e Angola contados pelo banqueiro a Alexandra Ferreira" são as indicações que constam do livro. A obra também menciona José Guilherme, o construtor que ofereceu uma "liberalidade" de 14 milhões a Salgado. Era o "Zé Grande", como se refere Ricardo Salgado, citado na nota de imprensa da editora. "Ele teve um parceiro institucional que era da família do Presidente [de Angola], não precisou de mim para nada, nada!", acrescenta a citação.

 

Na publicação, que resulta de uma conversa tida com a autora, Salgado fala sobre o fim do BES, tema sobre o qual as únicas declarações públicas que fez foram na comissão de inquérito à gestão do BES e do GES.

O livro de Jardim Gonçalves e as críticas a Salgado

Este não é o primeiro livro em que um banqueiro faz confidências sobre os motivos que conduziram à sua queda. Jorge Jardim Gonçalves, fundador do BCP, também participou na obra "O Poder do Silêncio", também da autoria de um jornalista, Luís Osório, em que avançou com a sua versão sobre os problemas no BCP. 

Aliás, nesse livro, Jardim Gonçalves deixou algumas críticas a Salgado, classificando-o como "poderoso", falando na sua "ambição" e no crédito que o BES concedeu para que alguns accionistas controlassem o BCP. 

Tome nota
Os excertos relevados pela Chiado Editora
"A pessoa que me falou, pela primeira vez, do Dono Disto Tudo foi o Manuel Pinho. Ele contou-me 'Sabe como lhe chamam agora? Dizem que é o Dono Disto Tudo'".

"A ministra das Finanças [Maria Luís Albuquerque] assistiu! Isso é uma coisa que me choca! Nas reuniões em que ela convocava os banqueiros para apoiar as empresas públicas, dentro e fora do perímetro do Estado - dívida oculta -, quando os bancos estrangeiros estavam a pedir os reembolsos das operações de crédito. E assistiu sempre, e eu fui sempre a várias reuniões, ou iam colegas como o Dr. Amílcar e o Dr. António Souto, à enorme disponibilidade que o banco sempre teve para apoiar as empresas do Estado, a área não financeira do Estado. E eram emergências porque os bancos estrangeiros estavam a exigir os reembolsos. E o governador, na mesma altura, dizia que era melhor que existissem mais bancos estrangeiros em Portugal. Quando eram os bancos estrangeiros que estavam a tirar o tapete ao Estado". 

"Eles sabiam que o BES ia desaparecer. Eles queriam que o BES desaparecesse. Resolveram aplicar a resolução. Porque é que recusaram dois investidores a quererem o aumento de capital? Acha normal depois exigirem em 48 horas uma recapitalização que era completamente inviável?

"A conclusão a que chego passados todos estes anos é que amizades à séria contam-se pelos dedos de uma ou duas mãos. Mas essas valem tudo. Às vezes somos também surpreendidos pela positiva".

 



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