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Impossibilidade de reembolso dos CoCo da CGD seria analisada em 2016

Maria Luís Albuquerque foi justificando porque a injecção de capital em 2012 da CGD foi feita naqueles montantes. E garantiu que não esteve nos planos privatizar o banco.

Miguel Baltazar/Negócios
26 de Janeiro de 2017 às 21:42
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Em 2012, a Caixa Geral de Depósitos recebeu uma ajuda pública, que não reembolsou. Maria Luís Albuquerque estava no Ministério das Finanças, mas o titular da pasta era ainda Vítor Gaspar, a quem coube negociar com Bruxelas essa injecção de Estado.

Mas foi por essa injecção que foi confrontada várias vezes na comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos, que esta quinta-feira, 26 de Janeiro, ouviu a ex-ministra das Finanças. A agora deputada pelo PSD aproveitou, sempre que pôde, para falar da actual recapitalização, questionando, como já o tinha feito anteriormente, para que servem os mais de cinco mil milhões de euros que vão ser postos na Caixa. "Mais do que saber o que se vai pôr, precisamos de saber a finalidade do dinheiro que sai dos impostos", o que só será compreendido "quando as respostas forem dadas e não foram".

Os deputados, em particular João Galamba, do PS, insistiram na pergunta a Maria Luís Albuquerque sobre se a injecção de 2012 estaria subavaliada, até porque o PSD tem questionado a concessão de créditos da Caixa no período do Executivo de José Sócrates. E à qual Maria Luís Albuquerque também aflorou, explicando que tal, no entanto, não podia ser dito a Bruxelas numa negociação sobre ajudas de Estado: "seria extraordinário do ponto de vista institucional que fizéssemos uma redacção dessa natureza [justificar a ajuda com a instrumentalização da Caixa]". Foram "atribuídas à recessão económica. Mas porque razão a crise teve esse impacto? Porque tinha activos particularmente expostos".

O Estado financiou a Caixa em 900 milhões através de CoCos, tendo feito um aumento de capital de mais 750 milhões. O reembolso dos CoCos devia ser feito até Julho de 2017. José de Matos, em meados de 2015, avisou Maria Luís Albuquerque que "previsivelmente poderia não ter condições de os devolver". A então ministra disse que a matéria seria tratada no tempo natural, que seria 2016, contou na comissão de inquérito, acrescentando que esperava ser ela a titular da pasta que resolveria o assunto. E ainda rematou: a Caixa nunca incumpriu qualquer obrigação regulatória, apesar de esta se ter apertado nesses anos.
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