Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Grupo Urbanos está em PER e deve 8,5 milhões ao Estado

O grupo de logística Urbanos encontra-se em processo de revitalização para evitar a insolvência. O Novo Banco é o principal credor financeiro, com 7,6 milhões de euros a receber. Seguem-se as sociedades herdeiras do BPN.

Sara Matos/Negócios
01 de Setembro de 2016 às 17:11
  • 38
  • ...

O Grupo Urbanos está em revitalização, depois de anos de "maus resultados", como admite o seu presidente. São três as empresas operacionais e a sociedade gestora de participações sociais (SGPS) que já estão sob protecção judicial. Neste momento, já há uma lista de credores para a Urbanos SGPS. E o Estado, através das sociedades herdeiras do BPN e da Caixa Geral de Depósitos, é credor de 18% da dívida em causa.

 

O crédito total reconhecido no Processo Especial de Revitalização (PER) da Urbanos SGPS ascende a 44 milhões de euros, segundo elencou o administrador judicial Pedro Pidwell no documento publicado no Citius esta quarta-feira, 31 de Agosto. A dívida financeira, isto é, aos bancos, é a principal responsável pelo montante apurado depois do pedido de entrada em PER do grupo, feito a 29 de Julho deste ano.

 

A Imofundos, que pertence às sociedades Par, criadas pelo Estado em 2012 para ficar com os créditos e activos do nacionalizado BPN não comprados pelo BIC, tem a receber 5,8 milhões de euros da Urbanos devido a dois contratos de arrendamento.

 

Já a Caixa Geral de Depósitos, com base num contrato de arrendamento de um fundo de investimento imobiliário e de duas operações de financiamento, tem a receber 2,2 milhões de euros.

 

Ao todo, estas duas entidades de capitais exclusivamente estatais fazem com que o Estado tenha mais de 8 milhões de euros expostos perante o grupo de serviços logísticos, constituído em 1990. Há ainda mais de 400 mil euros devidos à Fazenda Nacional, sobretudo devido a impostos (que têm privilégio na hierarquia de recuperação), elevando a factura a devolver a entidades estatais para 8,5 milhões.

 

Empréstimos de 2000 a 2015 do Novo Banco

 

O Novo Banco também tem um lugar de destaque na lista de credores do grupo Urbanos, já que é o banco com mais dinheiro a receber: 7,6 milhões de euros. São vários os contratos assinados entre a instituição financeira e a SGPS, todos eles de diferentes montantes e com diferentes datas. Há empréstimos de 2001 mas também um de 2014 e de 2015, a que se juntam contratos de factoring, de locação e garantias bancárias.

 

O Montepio, com 4,2 milhões, o BCP, com 2,7 milhões, e o Crédito Agrícola, com 2,6 milhões, estão entre os principais bancos credores do grupo presidido por Alfredo Casimiro. Também há dívidas da SGPS em torno de 10 milhões a pagar a empresas do grupo, como à Urbanos Serviços Partilhados ou à Urbanos Suplly Chain. Nestes casos, a dívida é subordinada, ou seja, é a última dívida a ser ressarcida. Há outras empresas com a mesma estrutura accionista em PER, além da SGPS: são elas a Suplly Chain, a Urbanos Soluções e a Rntrans.

 

"Maus resultados" ditam PER


Ao Negócios, o presidente executivo do grupo, que tem também 50,1% da Groundforce (empresa em que a accionista minoritária é a TAP), não quer fazer muitos comentários sobre o processo tendo em conta que se encontra tudo ainda numa "fase negocial": não é possível saber, nesta altura, se haverá lugar a qualquer perdão da dívida ou extensão de maturidades nem tão pouco sobre qual será o impacto nos 400 postos de emprego directos do grupo. "É prematuro falar", diz.

 

O PER (processo através das quais as empresas tentam renegociar com os credores uma melhor forma de salvaguardar as suas dívidas) do grupo Urbanos, que quis concorrer à compra dos CTT em 2013, é uma forma, justifica Alfredo Casimiro, de "permitir a reorganização do grupo" depois dos prejuízos verificados nos últimos anos, como já tinha dito ao Dinheiro Vivo aquando do pedido de entrada em PER. O pedido foi feito "na sequência de maus resultados, do desemprego económico do país, com grande parte da economia a desaparecer".

 

Agora que há uma lista de credores, é definido um período em que será negociado um plano de pagamentos adequado às necessidades da empresa, depois colocado para votação.



(Notícia corrigida às 19:23: no quinto parágrafo, fala-se em 400 mil euros e não 400 milhões, como erradamente se dizia inicialmente)

Ver comentários
Saber mais Novo Banco Grupo Urbanos BPN Caixa Geral de Depósitos Processo Especial de Revitalização Pedro Pidwell Alfredo Casimiro
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio