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Grupo Espírito Santo prejudica lucros das seguradoras em Portugal

A evolução dos mercados financeiros determinou a queda de resultados das seguradoras, admite José Almaça, do ISP. Por sua vez, os mercados financeiros foram influenciados pelo GES.

10 de Novembro de 2014 às 14:59
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A derrocada do Grupo Espírito Santo teve impacto negativo nas contas das seguradoras a operar em Portugal. O resultado líquido das 42 empresas sob supervisão do Instituto de Seguros de Portugal ficou-se pelos 167 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. Uma quebra de 69% face aos 546 milhões alcançados no mesmo período de 2013.

 

Aliás, os dados do ISP, publicados esta segunda-feira 10 de Novembro, apontam para um terceiro trimestre particularmente difícil. Se nos primeiros seis meses do ano o resultado líquido das seguradoras atingia os 257 milhões de euros, quando se juntam os meses entre Julho e Setembro o valor desce para 167 milhões.

 

Numa entrevista ao Diário Económico, o presidente do regulador, José Almaça, admitiu que as contas foram influenciadas pelo caso GES no terceiro trimestre. "A queda de resultados resulta sobretudo da evolução dos mercados financeiros nesse trimestre; naturalmente que a evolução dos mercados financeiros foi influenciada pela situação verificada no Grupo Espírito Santo".

 

No terceiro trimestre, o Grupo Espírito Santo destabilizou a economia nacional sendo que se chegou a acordo para que a Tranquilidade, que a ele pertencia mas que, com base numa execução de um penhor, passou para as mãos do Novo Banco (que herdou os activos e passivos saudáveis do BES), fosse vendida à norte-americana Apollo.

 

Das 42 empresas de seguros analisadas, 12 apresentaram prejuízos. É o mesmo número verificado em trimestres anteriores. O nome das seguradoras em causa não é avançado.

 

Também houve "algum reforço do provisionamento técnico por parte de algumas empresas de segurados", indicou o responsável do ISP ao Diário Económico para justificar a evolução dos resultados das seguradoras. Contudo, neste caso, Almaça defende que se trata da evolução normal da actividade das seguradoras e não especificamente ao GES. O aumento foi de 5,2% nos primeiros nove meses, idênticos à subida nos seis meses iniciais.

 

A produção de seguro directo aumentou no terceiro trimestre 11,6% entre Janeiro e Setembro face ao período homólogo, estando em 9,9 mil milhões de euros. O ramo Vida, o mais significativo, foi o que mais justificou esta evolução, com um aumento de 16% para 7,4 mil milhões. No Não Vida (acidentes de trabalho, doença, automóvel), o valor total decresceu 0,2% para 2,5 mil milhões. Um aumento da produção que não se repercutiu nos lucros.

 

Neste período, os custos com sinistros agravaram-se 9%, mais no Vida do que no Não Vida. Um valor que não foi nunca tão elevado desde, pelo menos, Setembro de 2012.

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