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Banca polaca aumenta juros dos depósitos para aumentar liquidez

A banca polaca está a aumentar a taxa dos depósitos, para aliviar a pressão provocada pelos créditos em francos suíços, avança a Bloomberg.

Bloomberg
03 de Fevereiro de 2015 às 13:45
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Os bancos na Polónia afectados pela elevada quantidade de créditos à habitação em francos suíços estão a oferecer taxas de juro mais altas nos novos depósitos, para atrair clientes e aumentar a liquidez, relata a agência noticiosa Bloomberg. Com a valorização do franco suíço que ocorreu após a Suíça ter terminado a ligação da moeda ao euro, disparou também o valor dos créditos à habitação nos bancos polacos, uma vez que cerca de 46% destes créditos estão em francos suíços. A banca precisa de cerca de 8 mil milhões de zloty (1,9 mil milhões de euros) para equiparar o passivo dos créditos suíços e equilibrar o balanço, segundo dados da Bloomberg.

 

O Bank Millennium, detido em 65,5% pelo Banco Comercial Português (BCP), está a oferecer uma taxa anual de 3,5% nas poupanças a três meses, face aos 1,84% oferecidos no final de 2014. 41% dos créditos à habitação do Bank Millennium estão em francos suíços. "É demasiado cedo para estimar o impacto total da apreciação do franco suíço no custo do nosso financiamento, mas irá certamente aumentar " afirmou o CEO do Bank Millennium João Brás Jorge, numa conferência de imprensa esta segunda-feira. O banco apresentou ontem, 2 de Fevereiro, os resultados de 2014, anunciando um aumento dos lucros de 21,5%, no dia no dia em que o BCP declarou prejuízos anuais de 217,9 milhões de euros.

 

O banco Getin Noble está a pagar taxas de 4% nos depósitos – o dobro do valor de referência do banco central da Polónia -, face a uma média de 2,6% em Setembro. Por outro lado, o banco ING Bank Slaski, que tem apenas 2,3% dos créditos em moeda estrangeira, cortou as taxas de depósito de 2,2% para 2%.

 

"O efeito positivo do ‘tsunami’ cambial é certamente a atribuição de taxas de depósito mais altas nos bancos expostos ao franco suíço", disse Rafal Benecki, economista-chefe no ING Bank Slaski, à Bloomberg. "Os bancos precisam de financiamento extra para preencher o buraco deixado pelo aumento do valor nos empréstimos em moeda estrangeira", afirmou Benecki. Esta é, contudo, uma janela de oportunidade curta, alerta Marta Jezewska-Wasilewsk, analista no banco de investimento polaco Wood & Co. "As necessidades de maior liquidez só vão traduzir-se em melhores taxas para os novos depositantes no curto prazo", enquanto o câmbio não reequilibrar, diz Jezewska-Wasilewsk à Bloomberg.

 

"Tsunami" suíço pressiona banca polaca

 

O fim da ligação do franco suíço ao euro, anunciado dia 15 de Janeiro, fez disparar a moeda. Na Polónia cerca de 46% dos créditos à habitação estão em francos suíços, na altura considerada uma moeda mais segura face ao instável zloty. A apreciação do franco fez aumentar o peso da prestação a pagar pelas cerca de 575 mil famílias com hipotecas em francos suíços. O governo polaco anunciou dia 28 de Janeiro um conjunto de medidas para controlar a situação: os bancos devem permitir aos clientes efectuar a conversão dos créditos à habitação em moeda nacional à taxa de câmbio do dia da conversão, sem taxas adicionais; a aplicação da libor – indexante de referência para grande parte destes créditos – negativa; a diminuição dos valores mensais da prestação e até a suspensão dos pagamentos. O Governo polaco procura assim evitar situações de incumprimento e dividir o impacto do câmbio entre bancos e clientes. 

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