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FMI descarta responsabilidades sobre BES e critica gestão

Os representantes do FMI não tinham competência para acompanhar o sistema financeiro, apenas olhar para os planos de capitalização. E, aí, tudo tinha como base os dados fornecidos pela gestão.

Miguel Baltazar/Negócios
30 de Abril de 2015 às 21:08
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Os representantes do Fundo Monetário Internacional em Portugal durante o programa da troika não assumem qualquer papel na derrocada do Banco Espírito Santo. Se o banco precisava de ajuda, quem tinha de pedir era a gestão.

 

"O FMI não tem competência nem acesso a informação exigida para actuar enquanto regulador ou supervisor bancário", defendem os três representantes do FMI no programa da troika Poul Thomsen, Abebe Selassie e Subir Lall (na foto), na resposta enviada à comissão de inquérito, que já tem, contudo, um relatório final com as conclusões.

 

Nas suas respostas, os responsáveis da entidade presidida por Christine Lagarde dizem que a intervenção do FMI foi feita apenas no acompanhamento dos planos de capital e de financiamento que os bancos tiveram de fazer depois de iniciado o programa de ajuda externa, em 2011. E é neste aspecto que coloca culpas na gestão de Ricardo Salgado, embora sem o mencionar.

 

"Os exercícios eram realizados com base nas declarações auditadas dos bancos, pelo que o pressuposto era o de que os accionistas, a gestão e o controlo do risco, as auditorias internas e externas todas assegurassem a validade dos dados fornecidos para o exercício", acrescentam no documento.

 

Da mesma forma, os membros da instituição sediada em Washington dizem que a opção do BES de não recorrer à linha de capitalização de 12 mil milhões de euros, optando por reforço de capital privado, foi vista "como um factor distintivo". "Deve ser sublinhado que a decisão de como os bancos escolhiam alcançar os rácios de capital mínimos exigidos era deixada à gestão dos bancos e não imposta pelo programa", argumentam, apesar de admitirem que sempre se deu preferência a capitalização privada. O BES foi o único dos grandes bancos nacionais que optou por não pedir ajuda à linha da troika, embora tenha acabado depois por ruir devido à exposição ao Grupo Espírito Santo.

 

A pergunta "o que teria acontecido se o BES colapsasse em 2013" ficou sem resposta. 

 

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