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Fed chumba unidade americana do Deutsche Bank nos testes de stress
A Reserva Federal norte-americana anunciou os resultados da segunda fase dos testes de resiliência aos maiores bancos a operar nos EUA. Dos 35 analisados, 34 tiveram nota positiva. Já a unidade norte-americana do alemão Deutsche Bank terá de colmatar falhas.
A Fed divulgou esta quinta-feira os resultados da segunda parte dos testes de stress às maiores entidades financeiras a operarem nos EUA, sendo que 34 passaram e uma chumbou.
A unidade norte-americana do alemão Deutsche Bank ( DB USA Corporation) foi a entidade que falhou nos testes de stress da Reserva Federal norte-americana, tendo agora de dar provas adicionais que atestem a sua capacidade de resistir a choques.
"O ‘board’ da Fed colocou objecções ao plano de capital do DB US Corporation devido a receios de ordem qualitativa. Estes receios incluem debilidades materiais nas capacidades ao nível dos dados e nos controlos que sustentam o processo de planeamento de capital, bem como fragilidades nas abordagens e pressupostos usados para estimar receitas e prejuízos sob stress", diz o relatório.
Esta não é a primeira vez que o banco central dos EUA chumba a unidade americana do Deutsche Bank nos testes de stress. No ano passado, apenas o Capital One levou cartão vermelho, tendo tido de corrigir as suas debilidades. Mas, em 2016, as unidades norte-americanas do alemão Deutsche Bank e do espanhol Santander chumbaram, ao passo que o Morgan Stanley passou à justa.
Nesta segunda fase destes testes, a Fed avalia a robustez financeira das maiores instituições financeiras a operarem nos EUA (o requisito é que tenham mais de 50 mil milhões de dólares em activos) e analisa se estas dispõem de amortecedores de capital suficientes para sobreviverem a uma crise semelhante à de 2008.
Só com a divulgação destes resultados da segunda fase é que se pode dizer que um banco "passou" ou "chumbou" nos testes de stress.
O Goldman Sachs, Morgan Stanley e State Street passaram nos testes de stress mas com aprovações "condicionadas", já que têm algumas debilidades a resolver.
Recorde-se que a Reserva Federal divulgou no passado dia 21 de Junho, os resultados da primeira fase destes testes de stress anuais à banca, realizados no âmbito da Lei Dodd-Frank promulgada após a crise financeira de 2008.
E as conclusões foram animadoras: os 35 bancos escrutinados tiveram cartão verde quanto à sua capacidade de resistirem a choques económicos.
Na fase dos controlos internos (que é a segunda fase dos testes, sendo analisadas as propostas de distribuição de dividendos aos accionistas), os bancos que chumbam têm de dar mostras adicionais de resiliência para poderem remunerar os seus accionistas.
Assim, o DB US Corporation terá de mostrar à Fed que resolveu satisfatoriamente as suas debilidades – caso contrário terá de reapresentar o seu plano de capital à autoridade monetária do país e pode ficar impedido de distribuir dividendos, bem como de transferir dinheiro para a casa-mãe.
Houve mais cinco unidades de bancos estrangeiros [Barclays, Crédit Suisse, Royal Bank of Canada, UBS e BNP Paribas] a operarem nos EUA que foram alvo deste teste qualitativo da segunda fase – todas pela primeira vez –, mas todas elas passaram.
Muitos analistas questionados pela Bloomberg estavam à espera que mais unidades destes bancos estrangeiros falhassem, pelo facto de não estarem familiarizadas com as exigências da Fed ao nível das capacidades de dados – para identificar, por exemplo, quando os clientes precisam de determinadas soluções.
(notícia actualizada às 22:21)