A negociação de acções do Banif foi suspensa pela Euronext, a pedido do regulador, depois de o banco ter registado a fusão do Banif SGPS com o Banif SA na segunda-feira, dia 17 de Dezembro.

A suspensão da negociação foi feita a pedido da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e executada pela Euronext, segundo a Bloomberg. Isto, no seguimento de o banco ter anunciado o registo comercial da integração da Banif SGPS na Banif SA, na segunda-feira, ao final da sessão bolsista.

As acções da sociedade Banif SGPS serão negociadas, pela última vez, na sexta-feira, dia 21 de Dezembro. “Tal como se descreve no projecto de fusão, as acções Banif SA serão automaticamente atribuídas aos accionistas do Banif SGPS no processamento nocturno da Central de Valores Mobiliários, após a liquidação de todas as operações de bolsa relativas às acções Banif SGPS”.

Com o anúncio da integração, o Banif conclui o passo que faltava para poder avançar com a recapitalização. Os accionistas do Banif SGPS passarão a ser accionistas do Banif S.A, recebendo acções da segunda sociedade à razão de 1:1 em troca com as da SGPS.

Na sexta-feira, o Diário Económico avançou que o aumento de capital do banco madeirense seria de mil milhões de euros. Uma notícia que surpreendeu os analistas do BPI que apontavam para necessidades de recapitalização na ordem dos 500 a 600 milhões de euros. A operação tem como objectivo cumprir o rácio de capital “core tier one” de 10%

O aumento dos capitais próprios servirá para cobrir as necessidades de capital, com os investidores privados a subscreverem 150 a 200 milhões de euros da operação e o banco a recorrer à linha de recapitalização da banca disponibilizada pelo Estado. A seguradora do grupo, a Açoreana, e o BES também deverão participar na operação.

A operação de integração da SGPS na Banif Sociedade Anónima tem impacto “positivo” na avaliação do BPI para os títulos do banco do Funchal, uma vez que "com este passo, todas as formalidades exigidas para criar as condições para a recapitalização do Banif foram concluídas". No caso de o Estado português entrar no capital do Banif poderá, ao valor de mercado mais recente das acções, ficar com uma posição de 74%, estimam os analistas.

(Notícia actualizada com comentário dos analistas.)