O reforço global de fundos próprios do Banif, que terá de ser feito até ao final deste ano, deverá ultrapassar os mil milhões de euros, noticia esta sexta-feira o "Diário Económico", sublinhando que esta necessidade de capitais reflecte sobretudo as imparidades da actividade do grupo no Brasil, a exposição ao imobiliário neste mercado e também em Portugal e os efeitos da degradação económica portuguesa.

Para os analistas do BPI, este montante de aumento de capital, caso se confirme, será “uma surpresa”, lembrando que no final de 2011 o rácio core tier 1 da instituição era de 6,8%, significando um desvio de 382 milhões para os 10% exigidos pelo Banco de Portugal para o ano de 2012.

Considerando as perdas apresentadas entretanto, os analistas do BPI esperavam que para atingir os 10% de rácio core tier 1 o Banif necessitasse de 500 a 600 milhões de euros.  

De acordo com o "Diário Económico", o aumento de fundos próprios do Banif será feito em parte com recurso ao pacote de 12 mil milhões de euros de ajuda estatal e também com o apoio dos actuais accionistas de referência, família Roque e Auto Industrial. Segundo o jornal, os investidores privados deverão subscrever entre 150 e 200 milhões de euros no aumento de capital.

A seguradora do grupo, a Açoreana, vai participar no reforço de fundos próprios e o BES irá também apoiar a operação, estando previsto que tome firme cerca de 50 milhões de euros.

Tendo em conta que o montante global deve ultrapassar os mil milhões, o jornal refere que o apoio estatal pode, no limitem, rondar os 800 milhões de euros.

Ao jornal, o Banif recusou fazer comentários.

Em breve ocorrerá o registo formal da fusão da Banif SGPS no Banif SA, necessária para o avanço da operação.