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Mais de 3 mil cartões de pagamento portugueses à venda na "dark web"

Foram encontrados mais de três mil cartões de crédito e débito, cujos donos são portugueses. Numa escala entre 0 e 1, o índice de risco que pondera a probabilidade de os cartões estarem à venda na "dark web" é de 0,4% para Portugal.

Miguel Baltazar/Negócios
22 de Fevereiro de 2022 às 13:10
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Atualmente estão à venda na "dark web" quatro milhões de cartões de pagamento que pertencem a cidadãos de 140 países. Destes, mais de três mil são de portugueses. O preço médio de todos os cartões encontrados foi de 10,50 dólares (cerca de 9,25 euros à taxa de câmbio atual). Por sua vez, o preço médio de um cartão português foi de 12,26 dólares (cerca de 10,80 euros), segundo uma pesquisa da NordVPN, a que o Negócios teve acesso.


De todos os cartões de pagamento encontrados, 3281 pertenciam a portugueses. Destes, quase um terço (1002) eram Visa, seguidos da Mastercard (367) e Maestro (9).

Os investigadores da NordVPN compararam ainda os dados dos cartões entre os países com as estatísticas populacionais da ONU e o número de cartões em circulação Visa, Mastercard e American Express e calculou o índice de risco e aferir mais diretamente a probabilidade de os cartões das pessoas estarem disponíveis na dark web por país.

 

O índice de risco português foi estimado em 0,4. Descobriu-se que o país mais vulnerável do mundo é Hong Kong, com uma pontuação máxima de possível risco de 1. O segundo país mais vulnerável é a Austrália (0,85), seguida pela Nova Zelândia com uma pontuação de 0,8. A pontuação menos vulnerável é 0, e foi atribuída aos Países Baixos.

 
Cartões portugueses custam até 25 dólares 

Os preços dos cartões de pagamento portugueses encontrados variam entre 1 e 25 dólares (0,88 euros e 22 euros). Apesar de a grande maioria (1194) dos cartões de pagamento custarem 20 dólares (17,60 euros), o preço médio de todos os cartões encontrados é de 12,26 dólares (10,80 euros).

 

Os cartões mais caros podem ser encontrados em Hong Kong e nas Filipinas (preço médio de 20 dólares), enquanto os cartões mais baratos na dark web pertencem a mexicanos, americanos e australianos (preços a partir de 1 dólar).

 

Comparando o número de cartões de crédito e débito, os cartões de crédito foram mais propensos a serem hackeados, com 41,3% dos cartões encontrados sendo de débito e 58,7% de crédito.

 

O país mais afetado do mundo foi os EUA, dado que 1.561.739 dos 4.481.379 cartões de pagamento encontrados à venda pertencem a cidadãos norte-americanos. A segunda nação mais afetada foi a Austrália, com 419.806 cartões encontrados à venda na dark web.

 

"Desde 2014, temos assistido a um crescimento constante das fraudes com cartões de pagamento em todo o mundo. Decidimos analisar quanto custa um cartão de pagamento na dark web", explica Marijus Briedis, CTO da NordVPN no relatório.

"Os piratas informáticos podem facilmente ganhar muito dinheiro. Mesmo que um cartão custe em média apenas 10 dólares, um hacker pode ganhar 40 milhões de dólares, ao vender uma única base de dados, como a que analisámos", acrescenta o especialista. 

 

Como é que estes registos apareceram na "dark web"?

 

A resposta para esta pergunta consiste no conceito de "força bruta", isto é um procedimento informático em que um computador tenta obter uma password por tentativa e erro. "Cada vez mais, os códigos dos cartões vendidos na dark web são obtidos por força bruta", alerta Marijus Briedis.

 

 

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