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Operações com cartões de pagamento voltam a cair em outubro
Os portugueses voltaram a usar menos os cartões de pagamento em outubro. Depois de uma subida ligeira em setembro, o valor das operações com cartão recuou 1,8% no mês passado. Os levantamentos caíram quase 9%.
Depois de uma subida ligeira em setembro, de 1%, as operações com cartões de pagamento voltaram à tendência de quebra registada desde março. Segundo os dados revelados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal (BdP), o valor das operações com cartão recuou 1,8% em outubro face ao período homólogo. Em quantidade, o número de operações tombou 5,3%.
Em setembro, o valor das operações tinha ultrapassado, pela primeira vez desde o início da pandemia, os montantes registados em 2019.
Em quebra continuam os levantamentos de dinheiro, uma tendência que também se mantém desde março. Em outubro, a quebra acentuou-se face a setembro. O valor dos levantamentos caiu 8,7%, enquanto no mês passado o tombo tinha sido de 7,1%.
As descidas são ainda mais acentuadas nas operações de baixo valor, que representam 18% do total dos pagamentos com cartão, apesar de totalizarem apenas 1% do valor. Aqui, incluem-se os pagamentos de portagens e de parques de estacionamento, por exemplo. A quantidade de pagamentos de baixo valor recuou 17,5% em termos homólogos e 16,8% em valor.
Os dados do BdP já permitem olhar para o valor das compras das três primeiras semanas de novembro, e também aqui se mantém a tendência descendente. Até 22 de novembro, as compras efetuadas por consumidores portugueses em território nacional caíram 6%. O valor compara com uma subida de 4,23% no mesmo período de outubro.
Segundo o regulador, "o decréscimo foi mais significativo quando se consideram apenas as compras presenciais realizadas nas regiões mais afetadas pela pandemia: Lisboa (-17%) e Norte (-11%)".
O recolher obrigatório dos dois últimos fins-de-semana em concelhos de risco elevado refletiu-se nas compras com cartão, que tombaram mais de 30% em termos homólogos.
Em outubro, os setores de atividade mais afetados pela redução das compras com cartão foram a restauração, que registou uma quebra de 17%, e o alojamento, onde as transações caíram 54%. Em sentido contrário, nota o BdP, as compras em supermercados, hipermercados e outras atividades de retalho aumentaram 7,4%. Nas atividades postais a subida foi expressiva, de 19,6%, enquanto a saúde fechou um mês com um acréscimo de 3,9%.