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Edmundo Martinho: “Não é isto que salva um banco”
A Santa Casa deverá investir cerca de 3% dos activos no Montepio, o que o provedor avalia em 18 milhões de euros. À SIC Notícias, Edmundo Martinho sublinha que é um “investimento financeiro” e não especulativo.
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa deverá investir entre 18 e 20 milhões de euros no Montepio, o que representa "cerca de 3% dos activos", de acordo com o seu provedor.
"Não é isto que salva um banco", defendeu Edmundo Martinho em entrevista à SIC Notícias esta sexta-feira, 23 de Março, referindo-se à entrada no capital da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa na Caixa Económica Montepio Geral. Além disso, a instituição nem está em situação de "fragilidade adicional".
Em causa neste investimento, diz Edmundo Martinho, está a utilização de cerca de 3% dos activos. "Muito abaixo do que aconteceu em momentos do passado", afiançou o responsável da Misericórdia.
A Santa Casa vai indicar duas pessoas como administradores não executivos do banco, sendo que um deles será o próprio provedor, segundo disse o próprio ao Expresso na semana passada.
Sobre o estudo encomendado ao Haitong Bank para avaliar caixa económica, Edmundo Martinho afirmou que avaliam o banco abaixo do valor registado pela associação, em cerca de 1,6 mil milhões de euros (à luz da avaliação feita, que tinha em conta dados de 2016, e entretanto já foram reveladas contas de 2017). A grande conclusão que retirou do estudo é que "recomenda prudência", confidenciou. E é isso que está a ser feito. "Cabe à Santa Casa assegurar o investimento adequado do que são os seus recursos".
"É para nós uma questão de investimento financeiro, não é uma intervenção ou operação de especulação financeira, não comprar hoje para vender amanhã", argumentou o provedor, numa entrevista dada depois de fortes críticas feitas à operação por parte do PSD e do CDS.