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Real tóxico do BPN pode forçar Montepio a injectar capital nos Seguros

A forte revisão em baixa do valor patrimonial da Lusitânia Seguros, por causa de um activo tóxico adquirido ao antigo BPN, pode forçar a Mutualista Montepio a ter que aumentar o capital da empresa, caso a venda da “holding” seguradora a um grupo chinês não se concretize.

Tomás Correia, presidente da Associação Mutualista Montepio Geral. Bruno Simão
24 de Março de 2018 às 13:06
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Mais um problema no universo Montepio: sete anos depois da aquisição da Real Seguros ao BPN, este activo tóxico está a inquinar as contas da Lusitânia Seguros, da "holding" Montepio Seguros, o que pode forçar a Associação Mutualista Montepio Geral a ter que injectar capital na empresa, até porque há o risco de a venda da "holding" seguradora à CEFC China Energy não se concretizar.

 

A edição deste sábado do diário Público revela que o auditor externo KPMG exige à Lusitânia Seguros, a seguradora não vida da Montepio Seguros, que anule 38,3 milhões de euros ao seu valor patrimonial - por conta da sua exposição à Real Seguros -, o que, somado aos prejuízos de 10,6 milhões de euros (que a Lusitânia está ainda a contabilizar a título provisório) registados no último exercício, determina que os seus capitais próprios se aproximem da linha vermelha, fixando-se em apenas 2,2 milhões de euros.

 

Perante esta situação, a KPMG pede a Fernando Nogueira, que preside desde 2012 à Lusitânia Seguros, que corrija de forma acentuada as contas de 2017.

 

De acordo com o Público, que teve acesso à documentação sobre este caso, são três as ênfases marcadas pelo auditor às contas da Lusitânia Seguros, as quais corporizam as razões para o reajustamento do valor patrimonial da empresa.

 

Para começar, como a Real Seguros tem um valor residual e não há a expectativa que venha a valorizar-se no futuro, o "goodwill" de 18,6 milhões de euros deve ser anulado.

 

E como a carteira de seguros da Real tem uma imparidade de 7,7 milhões de euros, este valor também deve ser abatido às contas.

 

Acresce que, como a Lusitânia Seguros acumula prejuízos há sete anos e não se espera que venha a ter lucros tão cedo, os activos por impostos diferidos devem ser reduzidos em 12 milhões de euros.

 

Caso a venda dos 60% da Montepio Seguros (que vai incluir a Lusitânia Vida, a Lusitânia Seguros e a N Seguros) ao grupo chinês não avance, terá que ser então a Associação Mutualista a ser chamada a injectar dinheiro na seguradora para repor os seus rácios nos níveis regulamentares.

 

A transacção, que está em análise por parte da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, tornar-se entretanto uma incógnita, depois de CEFC China Energy ter passado para a esfera estatal, após a detenção de Ye Jianming, o seu fundador e presidente.

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