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E o prémio de pior CEO do ano vai para… Ricardo Salgado

Depois do brasileiro Eike Batista em 2013, a distinção de pior CEO do ano, atribuída pela BBC, foi este ano para Ricardo Salgado, "a peça-chave de um complexo conjunto de entidades que controlavam o segundo maior banco em Portugal – e que o levou à falência".

Miguel Baltazar/Negócios
17 de Dezembro de 2014 às 15:51
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Ricardo Salgado, antigo presidente do Banco Espírito Santo, lidera o top 5 dos piores CEO do ano escolhidos pela BBC, superando Dov Charney da American Apparel, Philip Clarke da Tesco, Eddie Lampert da Sears Holdings e Dick Costolo do Twitter.

 

No entender da estação britânica, a história de Ricardo Salgado e do colapso do BES mostra, à semelhança da saga de Eike Batista, o "incrível poder dos arrogantes em destruir impérios e a reputação de quem os criou".

 

Para a BBC, Ricardo Salgado foi a "a peça-chave de um complexo conjunto de entidades que controlavam o segundo maior banco em Portugal – e que o levou à falência".

 

"Pode não ter existido intenção de enganar – e que perante maus investimentos num ambiente económico difícil, Ricardo Salgado estivesse apenas a tentar salvar o banco. No entanto, o facto de a Espírito Santo International se ter expandido de forma tão agressiva, num ambiente económico tão complicado, tem que ser visto pelo que é: má gestão. Estas estratégias de alto risco só resultam se tudo funcionar correctamente e é função de um CEO fazer uma análise abrangente da gestão da empresa. Não foi o caso", escreve a BBC, dando três exemplos de más decisões tomadas por Ricardo Salgado:

 

1. Salgado fez um uso excessivo de financiamentos fora do balanço para manter as empresas da ESI. Estas transacções não eram do conhecimento dos investidores;

 

2. Na contabilidade da holding, a participação no BES estava avaliada em 2,16 mil milhões de euros, quando o seu valor de mercado era de 452,6 milhões de euros;  

 

3. Salgado assinou cartas de conforto com a Petróleos de Venezuela contrariando ordens directas do Banco de Portugal de não misturar os negócios do banco com os da família.

 

"Colocar 250 membros da família em cargos de gestão e de liderança pode funcionar para grandes reuniões de família, mas dificilmente pode ser justificado numa base de práticas saudáveis de gestão e avaliação. Salgado, e vários outros membros da família, viviam como reis em grandes propriedades, protegidos da mais rudimentar fiscalização do banco", escreve ainda a BBC.  

 

(Notícia actualizada às 16h59)

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