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Deputados concordam que BdP "nunca alertou" para riscos sistémicos

A proposta partiu do PSD e foi aprovada por unanimidade esta quarta-feira. Isto depois de o relatório da comissão de inquérito à gestão da CGD ter tido o "ok" de todos os partidos.

Bruno Simão
17 de Julho de 2019 às 21:32
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O Banco de Portugal (BdP) "nunca alertou a Caixa Geral de Depósitos (CGD) para o perigo" de operações para o sistema financeiro nacional. Esta foi uma das proposta de alteração do PSD ao relatório preliminar do inquérito ao banco estatal aprovada esta quarta-feira, 17 de julho.

"O Banco de Portugal, na liderança de Vítor Constâncio, embora munido de toda a informação que lhe permitia concluir pelo risco sistémico que se estava a criar com a concentração de empréstimos para aquisição de ações do BCP, nunca alertou a CGD para o perigo que, no seu conjunto, ou individualmente, tais operações estavam a criar para o sistema financeiro nacional", lia-se na proposta dos sociais democratas. 

A proposta de alteração foi aprovada por unanimidade, isto depois de todos os partidos terem dado o "ok" ao texto base do relatório da comissão parlamentar de inquérito à gestão do banco estatal. 

A reunião desta quarta-feira serviu para discutir e votar o relatório final - que foi aprovado por unanimidade. Os deputados optaram por avançar com várias votações: uma sobre o projeto do relatório e depois outra sobre as propostas apresentadas pelos grupos parlamentares que não foram logo incluídas no documento. Estas foram decididas uma a uma, numa votação que durou várias horas. 

O relatório foi apresentado esta segunda-feira, 15 de julho. São, ao todo, 27 as conclusões relativamente à gestão do banco estatal, mas também ao papel tanto do supervisor como do Executivo ao longo do período de análise da auditoria da EY, entre 2000 e 2015. Isto com base nas 37 audições a várias personalidades que estiveram ligadas à Caixa, desde ex-presidentes, antigos administradores, mas também órgãos de fiscalização e ex-membros do governo, como foi o caso de José Sócrates e Teixeira dos Santos.

O relatório aponta falhas sobretudo ao Banco de Portugal. Segundo o deputado relator, a supervisão foi meramente "burocrática" e o regulador confiou de forma "extrema" nas decisões tomadas dentro do banco estatal. Mas as críticas também chegam ao governo, pelo seu "absentismo" perante os problemas, assim como às administrações do banco, pela gestão que "não foi sã e prudente"

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