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Depósitos já sobem na CGD. “Há guerra entre os bancos”

Depois de vários meses a perder depósitos, a Caixa tem uma inversão em junho. Coincide com a entrada em vigor das novas regras dos certificados de aforro.

Miguel A. Lopes / Lusa
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Após vários meses com os depósitos em queda, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) apresentou, finalmente, uma recuperação: os 69 mil milhões de euros captados em Portugal ao longo de junho representam uma subida de 0,6%. Em abril tinham caído 0,2%, em maio 1%, além da queda de 4,6% registada no conjunto dos primeiros três meses do ano.

A viragem coincide com a entrada em vigor das novas regras dos certificados, mas também, sublinha o presidente executivo da Caixa, com um momento em que os bancos “estão em guerra” para captar recursos.

Em conferência de imprensa para apresentação de resultados, esta sexta-feira, Paulo Macedo notou que “os depósitos estiveram a cair enquanto não houve um aumento das taxas dos depósitos a prazo” e, reconheceu, “quando há [agora] uma menor remuneração dos certificados de aforro”.

Mas há ou não uma relação de causa e efeito entre as medidas do Governo e este sinal de recuperação dos depósitos da Caixa? “Eu não faço adivinhas”, respondeu Paulo Macedo.

O CEO salientou a “disputa enorme” que diz haver para captação de depósitos. “Obviamente há uma guerra entre os bancos”, afirmou. “Nós esforçámo-nos e toda a banca se esforçou para dar taxas melhores, porque, para instrumentos alternativos, as pessoas se não têm certificados de aforro têm o imobiliário, e se não têm o imobiliário têm os fundos, e se não têm os fundos têm as ações”.

“Hoje em dia, temos bancos como a Caixa Geral Depósitos que dá 2,75% [de taxa sobre os depósitos]. Nós fazemos campanhas publicitárias nos jornais com esta taxa e mesmo assim ainda há quem diga que a Caixa remunera pouco. Cabe-nos tentar esclarecer mais e fazer mais divulgação”, disse Paulo Macedo.

Por outro lado, sublinha que as Obrigações do Tesouro a 10 anos estão a 3,15%, “muito abaixo do que, por exemplo, em Itália, Espanha ou Grécia”. Ou, seja, já próximo dos valores que os bancos estão a disponibilizar aos clientes pelos depósitos.

Lucros aumentam 25%

A Caixa apresentou nestes primeiros seis meses do ano um resultado líquido de 608 milhões de euros, uma subida homóloga de 122 milhões (+25%).

O banco sublinha que com este exercício, “o conjunto de resultados gerados desde a recapitalização de 2017 permitiu saldar os prejuízos acumulados dos exercícios de 2011 a 2016”.

Neste semestre, a carteira de crédito teve uma redução de 0,8% face ao primeiro semestre de 2022, para 52,6 mil milhões de euros. E o rácio de crédito malparado atingiu os 1,8 mil milhões, descendo 3,8% face ao primeiro semestre de 2022. Corresponde a 2,48% do total.

 

Obviamente há uma guerra entre os bancos [pela captação de depósitos ]. Paulo Macedo
Presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos

 

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