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DBRS: Malparado vai aumentar, mas dimensão da deterioração ainda é incerta

A dimensão do aumento do crédito malparado vai depender de vários fatores, incluindo a recuperação económica de cada país, antecipa a DBRS.

Rafaela Burd Relvas rafaelarelvas@negocios.pt 17 de Novembro de 2021 às 10:29
A resposta dos governos e da Comissão Europeia à crise gerada pela pandemia foi eficaz para prevenir um aumento do crédito malparado no curto prazo, mas o futuro próximo, com a retirada de medidas como as moratórias, é incerto. É quase certo que o crédito em incumprimento vai aumentar, mas o nível da deterioração das carteiras dos bancos vai depender de vários fatores, nomeadamente a recuperação económica de cada país.

Estas são as expectativas da DBRS, que a agência de "rating" partilha numa nota divulgada esta quarta-feira, 17 de novembro, em que analisa a evolução do malparado em Portugal, Espanha, Grécia, Itália, Irlanda e Chipre.

"A resposta dos governos europeus e da Comissão Europeia foi, até agora, eficaz na prevenção do aumento de 'non-performing loans' no curto prazo. Os indicadores de desemprego e de imobiliário residencial tiveram um desempenho melhor do que o esperado, com o aumento dos preços do imobiliário em Portugal a exceder o dos restantes países", pode ler-se na nota enviada às redações.

Mas, agora, o momento é de incerteza. "Os efeitos da retirada dos apoios à economia sobre o balanço dos bancos ainda estão por conhecer. Com o fim das moratórias e das linhas de crédito garantidas pelos Estados, entre outras medidas que chegam ao fim, esperamos que o crédito malparado aumente, mas a deterioração vai depender de vários fatores, incluindo a recuperação económica do país", acrescenta a DBRS.

Qualquer que seja o cenário, os países em análise estão hoje numa posição melhor, em termos de qualidade dos ativos, do que estavam antes da chegada da pandemia. Entre o quarto trimestre de 2019 e o segundo de 2021, o montante total de crédito malparado diminuiu em Itália, Portugal, Grécia e Chipre, aumentando apenas em Espanha e na Irlanda (embora este último tenha dos níveis mais baixos de crédito malparado).

A acompanhar a redução do montante em incumprimento, também os rácios de crédito malparado diminuíram na maioria dos países. Espanha e Irlanda voltam a ser as exceções, mas, nestes casos, os rácios de NPL mantêm-se abaixo de 5%, ressalva a DBRS.

Ao mesmo tempo, os bancos aumentaram de forma significativa as imparidades constituídas durante a pandemia, o que, juntamente com a redução do montante de crédito malparado, levou a um aumento generalizado da cobertura dos créditos problemáticos por parte da banca. Entre os seis países analisados, Portugal tem hoje o rácio de cobertura de crédito malparado médio mais elevado, superior a 58%.
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