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Credit Suisse discute soluções para crise com as autoridades do país
As opções são muitas e ainda estão em aberto: desde uma simples declaração pública de apoio por parte das autoridades até a um possível "backstop" de forma a assegurar a liquidez do banco.
As autoridades suíças já estão em conversações com o Credit Suisse, de forma a encontrar soluções para estabilizar o banco, após um dia marcado pelo tumulto nos mercados devido à preocupação em torno da vitalidade da instituição financeira sediada em Zurique.
As opções são muitas e ainda estão em aberto: desde uma simples declaração pública de apoio por parte das autoridades – conforme já tinha sido pedido pelo banco liderado por Ulrich Koernet - até a um possível "backstop", ou seja, conseguir uma fonte secundária de financiamento, de forma a assegurar a liquidez do banco, de acordo com fontes conhecedoras do assunto citadas pela Bloomberg.
Em cima da mesa está ainda a possibilidade de um "spin-off" da unidade suíça do banco, ou até mesmo uma aliança a longo prazo com o arquirrival suíço UBS. Até ao momento, UBS, Banco Nacional da Suíça e o Credit Suisse ainda não teceram comentários sobre a situação.
Apesar de estas conversações já estarem a ocorrer há algum tempo, a urgência das mesmas foi salientada pelos acontecimentos desta quarta-feira. O Credit Suisse terminou a sessão no mercado acionista em mínimos históricos, e a registar o pior dia da sua história desde a entrada em bolsa, assim como um recorde do volume de negociação.
Além disso, os "credit default swaps" (CDS) do Credit Suisse a um ano atingiram "níveis de stress", como não era visto desde setembro de 2008, após a queda do Lehman Brothers.
Estes movimentos ocorreram após o maior acionista do banco, o Saudi National Bank (SNB), ter recusado a possibilidade de mais ajuda. A garantia foi dada pelo presidente do conselho de administração do SNB, Ammar Al Khudairy.
Credit Suisse precisa de um novo aumento de capital, defende Morningstar
Numa nota de "research" divulgada esta quarta-feira pela Morningstar, o analista Johann Scholtz defende que, dado os elevados custos de financiamento, o banco suíço terá de recorrer a uma nova operação de aumento de capital, depois de a mais recente ter acontecido no final do ano passado.
Outra hipótese, segundo a Morningstar, passaria por uma divisão dos vários segmentos do negócio, os quais poderiam depois ser vendidos ou cotados autonomamente.
O Saudi National Bank tornou-se um dos maiores acionistas do Credit Suisse ao reforçar a sua posição com a aquisição de 9,9% das ações do banco suíço, na sequência de um aumento de capital, em meados de dezembro.
O Credit Suisse encontra-se num processo de reestruturação que, entre outros aspetos, passa pela venda de uma grande parte da unidade de produtos de capital garantido a um grupo de investidores liderado pela Apollo Global Management, numa tentativa de voltar aos lucros.