Notícia
Credit Suisse condenado a pagar quase dois milhões de euros por permitir lavagem de dinheiro ligada ao tráfico de droga
O Credit Suisse foi condenado a uma multa de 1,99 milhões de euros, enquanto o ex-funcionário da instituição foi sentenciado a dois anos de prisão em regime de pena suspensa. O banco vai recorrer da decisão.
O Credit Suisse foi condenado a uma multa de dois milhões de francos suíços (1,99 milhões de euros à taxa de câmbio atual) por um tribunal suíço por ter permitido lavagem de dinheiro. Por sua vez, o funcionário do banco acusado de encobrir o caso foi condenado a 20 meses de prisão, em regime de pena suspensa.
Em comunicado, o banco de investimento fez saber que vai recorrer da decisão e recordou que o caso já tem 14 anos, dando a entender que desde então a instituição suíça já mudou os seus padrões de atuação nestas situações. "O Credit Suisse está a testar continuamente a sua estrutura de combate à lavagem de dinheiro, tendo-a fortalecido ao longo do tempo, de acordo com os padrões regulatórios", pode ler-se na nota.
O Credit Suisse e um dos seus seus ex-funcionários foram acusados de permitir que uma organização búlgara de tráfico de cocaína tivesse conseguido lavar milhões de francos suíços entre 2004 e 2008.
Alegadamente, o antigo gestor de conta, que abandonou o banco em 2010, ajudou a ocultar a origem ilegal do dinheiro obtido por um grupo búlgaro de tráfico de droga ligado ao antigo pugilista Evelin Banev.
Por sua vez, o ex-gestor de conta, cuja identidade não pode ser revelada por razões legais, afirmou durante uma audiência em fevereiro, que o banco tinha conhecimento de que o grupo estava ligado a casos de homicídio e tráfico de droga.
O Credit Suisse contestou a origem ilegal do dinheiro, justificando que o atleta e os seus pares obtinham dinheiro legítimo através de negócios relacionados com hotelaria, construção e arrendamento.
Evelin Banev não foi constituído arguido na Suíça, mas foi condenado em Itália, por tráfico de droga em 2017, e na Bulgária, em 2018, por lavagem de dinheiro, tendo sido preso em setembro do ano passado na Ucrânia.