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Com o fim da revitalização, Espírito Santo Hotéis entra em insolvência
Está aberta a insolvência da Espírito Santo Hotéis, através da qual a Rioforte controlava os hotéis Tivoli. O plano de insolvência, que pode ser apresentado por credores, será votado em Setembro.
A Espírito Santo Hotéis, sociedade instrumental através da qual a Rioforte exercia o controlo sobre os Hotéis Tivoli, entrou em insolvência. É o resultado da ausência de acordo entre os seus credores para a recuperação.
A sentença de declaração de insolvência da Espírito Santo Hotéis foi proferida a 22 de Junho, ficando responsável pela administração do processo Amadeu Magalhães, que também tinha sido o administrador da revitalização, de acordo com informações publicadas no portal do Ministério da Justiça, o Citius.
Para 8 de Setembro ficou marcada a reunião de assembleia de credores que vai apreciar o relatório de insolvência. Em cima da mesa pode ser colocado um plano de insolvência "com vista ao pagamento dos créditos sobre a insolvência, a liquidação da massa e a sua repartição pelos titulares daqueles créditos e pelo devedor". Esse plano pode ser apresenta pelo administrador da insolvência, pelo devedor e também por qualquer credor ou grupo de credores que representem um quinto do total de créditos.
Montepio é o principal credor
De acordo com a lista provisória de créditos, publicada no site do Citius, a Caixa Económica Montepio Geral tem um crédito, em papel comercial da ES Hotéis, no valor de 60 milhões de euros, 51,61% do total de 106 milhões em dívida. A Rioforte, sua accionista única, é a segunda maior credora desta empresa, com um crédito de 33,2 milhões. Da mesma forma, a Rioforte (Portugal) encontra-se nesta lista, com um serviço que não foi pago no valor de pouco mais de mil euros.
O BPI tinha um crédito num contrato celebrado com a Hotéis Tivoli, sem garantias, de 5 milhões, reconhecido como dívida da ES Hotéis. A Ernst & Young é outro dos nomes que surge na lista de credores da sociedade.
Não houve entendimento entre estes credores para que avançasse a revitalização da companhia. E segue-se, agora, a insolvência da empresa que, na sua maioria, era arrendatária de instalações hoteleiras Tivoli. A partir do momento da decisão, os devedores devem pagar prestações ao administrador da insolvência e não à empresa. Já os credores têm de comunicar directamente ao administrador da insolvência a existência de eventuais garantias reais para os seus créditos - o Montepio, por exemplo, defendia que a sua dívida era garantida, pelo que defendia reter as acções representativas do capital do Tivoli. O que não foi aceite pelo administrador de insolvência.
A companhia foi uma das entidades do Grupo Espírito Santo que, após o colapso do banco e a entrada em insolvência de sociedades no Luxemburgo, ficou sob o comando do gestor "herdeiro" da família, Caetano Beirão da Veiga.