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Cinco ex-responsáveis do Banco de Portugal defendem Constâncio
Miguel Beleza, Teodora Cardoso, José da Silva Lopes, Artur Santos Silva e Rui Vilar assinaram um texto onde defendem Vítor Constâncio. “As tentativas de denegrir o bom nome do dr. Vítor Constâncio assentam na incompreensão da natureza da supervisão bancária”, salientam numa carta a que o “Público” teve acesso, onde realçam o histórico de “competência profissional” e “honestidade inatacável” do vice-presidente do BCE.
Numa carta aberta, Miguel Beleza, Teodora Cardoso, José da Silva Lopes, Artur Santos Silva e Rui Vilar saem em defesa do ex-governador do Banco de Portugal, numa altura em que o seu nome voltou a ser ligado ao processo do BPN, depois do actual presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, ter dito, em entrevista ao “Expresso” que chamou Vítor Constâncio tês vezes a São Bento para "saber se aquilo que se dizia do BPN era verdade", indicando possíveis irregularidades no banco que viria a ser nacionalizado pelo Estado português em 2008. O agora vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) confirma que teve conversas com o então primeiro-ministro sobre a situação do banco mas diz que não se lembra de ter sido chamado por Durão Barroso para falar "exclusivamente" sobre o BPN.
Na carta publicada esta quarta-feira, 2 de Abril, pelo “Público”, os ex-responsáveis do BdP são claros na defesa de Vítor Constâncio. “As tentativas de denegrir o bom nome do dr. Vítor Constâncio assentam na incompreensão da natureza da supervisão bancária e não abalam, de forma alguma, a nossa firme convicção de que, em 40 anos de vida pública, o dr. Vítor Constâncio mostrou sempre ser uma pessoa de uma extrema competência profissional e de uma honestidade inatacável.”
Os responsáveis lamentam que continue sem se perceber qual o papel dos bancos centrais, em particular, no que respeita às funções de supervisão e que “essa confusão venha pôr em causa a competência e a honestidade de uma pessoa a quem o país muito deve.”
“É irrealista a imagem criada de um supervisor que pudesse acompanhar em tempo real os milhões de operações que ocorrem a cada instante”, salientam na carta.